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#VOZESdoPólis

21/03/2018

No segundo episódio do #VOZESdoPólisBeth Grimberg traz um depoimento bonito sobre como o trabalho do Instituto Pólis na área de resíduos sólidos se vincula não só à cidade, mas também à vida marinha.

“São muitos os desafios que enfrentamos na luta por “resíduo zero” – não enterrar e incinerar matérias primas, sejam papelão, papel, metais, vidros e matéria orgânica e para integrar os catadores e catadoras em sistema de coleta seletiva de recicláveis de forma digna e remunerada. Essa luta é árida e exige muito da gente.
Mas, em meio à construção dos eventos sobre o impacto de plásticos nos oceanos que faremos na semana do meio ambiente e no dia mundial dos oceanos, encontrei pessoas que fazem um trabalho magnífico na defesa dos mares e oceanos, da fauna marinha que temos – os coordenadores do Projeto TAMAR, do Aquário de Ubatuba e do Instituto Argonauta. Essas instituições estão num corpo a corpo para salvar animais que ingerem sacos plásticos, tampas, objetos plásticos descartados na orla marítima, ou nos rios e que chegam às águas oceânicas.
Conhecer essas pessoas, ver a grandeza e efetividade do trabalho foi muito estimulante, me trouxe uma conexão direta entre o trabalho que fazemos, voltado para a redução da produção de resíduos e sua gestão adequada, com a vida dos animais marinhos. Foi uma grande emoção contemplar aquelas enormes tartarugas nadando nos tanques, provando que podem estar ali, vivas, pela ação de pessoas, instituições que dão o real valor à biodiversidade. E no Aquário pude ver que ele não é uma “jaula” de animais marinhos, tem caráter educativo, você se sensibiliza pela beleza dos animais, mas também é convocado a ver a quantidade de plásticos que chegam ao oceano ao passar por uma ala coberta de plásticos usados e descartados de forma inadequada. Tem uma porta que diz: “abra e veja que é o herói dos mares”, você abre e tem um espelho, “é você”! Comunicação simples e direta!
Estou envolvida com um projeto que vai acontecer em Santos sobre o problema dos plásticos nos oceanos; as quantidades de resíduos plásticos estão matando crescentemente animais e poluindo as águas e destruindo os ecossistemas marinhos. Estimativas de ter mais plásticos do que peixes em 2050 é assustador e me move a lutar nessa frente também. Mas depois de conhecer Berenice, coordenadora regional do TAMAR, Cláudia, educadora nesse projeto e Hugo coordenador do Aquário e do Instituto Argonauta, me senti muito fortalecida e certa de que a luta por “Oceanos Livres de Plásticos” tem chances de ser vitoriosa.”