Aconteceu no dia 19 de fevereiro uma reunião da Coalizão contra a Incineração do Lixo na sede do MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis).

As discussões tiveram como foco o cenário de risco que com o avanço das ações de implantação de incineradores em municípios do estado de São Paulo, tais como em São Bernardo do Campo, Barueri, São José dos Campos, região do Alto Tietê. Os integrantes da Coalizão atuam para evitar que a implantação dos incineradores se constitua como um modelo alternativo para os outros municípios.

“Os incineradores vão na contra mão da PNRS” (Política Nacional de Resíduos Sólidos), afirma Elisabeth Grimberg, coordenadora da Área de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis. Para a especialista a implementação dos incineradores vai no sentido contrário à mudança de padrão de produção e consumo que inclui a não geração e redução de resíduos e também da instituição de uma nova cultura de gestão de resíduos sólidos, o que envolve a educação da população para a separação dos mesmos em três tipos – secos e úmidos limpos e rejeitos de foram a permitir sua destinação para distintos locais: os secos para centrais de triagem/cooperativas de catadores, e posteriormente destinarem-se para as indústrias de reciclagem, os úmidos para unidades de compostagem e/ou biodigestão e o rejeito para aterros sanitários (este representa apenas 10% do total gerado)”.

A reunião da Coalizão contra a Incineração do Lixo identificou estratégias de mobilização para conter este cenário de risco. Debateu-se também como intervir no processo preparatório da Conferência Nacional do Meio Ambiente (que será em outubro), estruturando, por exemplo, uma campanha para retomar e promover o debate sobre “não à incineração” e “sim às rotas tecnológicas sustentáveis de tratamento de resíduos sólidos urbanos”. Outra proposta levantada foi continuar as palestras que estão sendo realizadas nos CEUs de São Paulo.

Confira aqui o Manifesto contra a Incineração, pela reciclagem e reutilização dos materiais de lixo domiciliar.

Saiba mais sobre a campanha.