Em encontro na cidade de  Brasília, o FBSSAN ( Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional)  reuniu os representantes que irão compor a nova gestão 2013-2016 do Fórum, para definir as prioridades de ação em 2014. Os coordenadores realizaram um balanço sobre as ações já feitas e sobre os próximos passos a serem tomados. Além de debaterem o papel exercido pelo Fórum.

O pesquisador do Ibase e consultor da ActionAid, Francisco Menezes, falou sobre reforma política e analisou o plano Brasil sem Miséria. “Na raiz das mobilizações de junho, embora nem sempre expressas, está a insatisfação com o nosso sistema político. A população, em geral, não se vê no atual sistema representativo. Urge uma grande reforma do atual sistema político”, disse Menezes.

Já o professor Guilherme Delgado, economista do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), falou sobre a reforma agrária como uma forma de eliminar a mercadorização das áreas rurais. “Estamos num campo contra hegemônico. Há um processo descontrolado de grande primazia do agronegócio no campo. Reforma agrária não é um assunto setorial, é um assunto da sociedade como um todo. Se o espaço rural está sujeito ao direito de propriedade, os recursos naturais são inexoravelmente contaminados. A questão agrária é nacional! É uma questão de soberania alimentar e que está reposta pela mercadorização do rural”, afirmou o professor.

FBSSAM reunido.

Outra questão apresentada pela presidenta do Consea e assessora da Fase, Maria Emilia Pacheco, foi o processo de artificialização dos alimentos e o papel das novas tecnologias que colocam em risco a comida como patrimônio.”Precisamos defender a biodiversidade. Precisamos reconhecer o papel estratégico do campesinato para a soberania alimentar”, disse Pacheco.

Sobre o FBSSAN

O Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional articula pessoas, organizações, movimentos sociais e instituições de pesquisa dos campos da Saúde, Meio Ambiente, Nutrição, Direitos Humanos, Reforma Agrária, Agroecologia, Agricultura Familiar, Gênero, Economia Solidária, Educação Popular, entre outros. Luta por um sistema alimentar social e culturalmente justo, economicamente viável e ambientalmente sustentável, trabalhando em várias perspectivas: produção, processamento, abastecimento e consumo de alimentos.