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COP 21 – Confira a participação do Instituto Pólis e da ARZB
18/12/2015de Comunicação Pólis
Não geração de resíduos, alternativas à incineração e agroecologia foram alguns dos temas levados à Conferência
A 21ª Conferência das Partes das Nações reuniu ministros de 195 países para discutir um acordo que limitasse as emissões de carbono nos próximos anos. O Instituto Pólis, representando também a Aliança Resíduo Zero Brasil, esteve presente para levar contribuir nas construções de estratégias e ações globais voltados para resíduo zero.
A coordenadora de Resíduos Sólidos do Pólis e articuladora da ARZB, Elisabeth Grimberg, que esteve presente, comenta que o evento foi importante porque a sociedade civil internacional pressionou os governos para que se comprometessem com soluções e metas que garantam a estabilidade do clima no planeta.
Os representantes dos governos aprovaram o “Acordo de Paris”, primeiro marco global da luta contra o aquecimento global. O documento define que as nações serão obrigadas a estruturar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 1,5ºC até 2100 e deverão revisar seus compromissos a cada 5 anos.
Países desenvolvidos como Estados Unidos e União Europeia deverão prover US$100 bilhões por ano para ajudar nos projetos de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas de países em desenvolvimento.
O desafio agora é garantir a implementação de políticas, planos e tecnologias que efetivem este acordo, e a sociedade civil internacional terá um papel chave neste processo.
Uma Aliança de organizações discute os desafios do manejo de resíduos sólidos
Durante a COP-21, do dia 30 de novembro a 4 de dezembro, a Aliança Global para Alternativas à Incineração – GAIA organizou o Encontro Global. O evento contou com a presença de 80 organizações-membro, representando 5 continentes e 33 países. Além de discutir perspectivas, desafios e estratégias de ação, o evento também comemorou os 15 anos de atuação da rede GAIA.
Nos primeiros três dias de encontro foram debatidos como impedir a implantação de incineradores de resíduos sólidos urbanos, assim como a queima destes pelas indústrias de cimento, que impacta na saúde humana, no meio ambiente e no clima. Outro tema que foi alvo das discussões foi como avançar em políticas públicas de resíduo zero – não geração de resíduos, reutilização, reciclagem, compostagem e biodigestão.
Foram propostas estratégias para resíduo zero nas cidades e sua articulação com campanhas contra a utilização de plásticos e embalagens descartáveis. Os participantes debateram como promover maior integração entre membros da GAIA em nível continental e global para o enriquecimento da luta contra os incineradores e pela construção de alternativas voltadas para resíduo zero.
No quarto dia, 3 de dezembro, a GAIA realizou a Conferência “Resíduo Zero: Uma Solução-chave para um Futuro de Baixo Carbono”, realizada na École Normale Supérieur, Paris. Grimberg participou do painel “Sociedade civil: uma parte-chave para uma efetiva mudança de paradigma” apresentando um panorama da atuação da Aliança Resíduo Zero Brasil no seu primeiro ano de existência.
No dia 4 de dezembro, a GAIA promoveu a Conferência “Compostagem e Saúde do Solo, Resíduo Zero e Agroecologia: soluções para mudança climática” que tratou da intersecção do resíduo zero e agroecologia por ser uma área fértil para soluções de bases comunitárias para mudança climática, ambos para adaptação e mitigação, especialmente quando se fala em resíduos orgânicos. Outro tema tratado neste dia foi a questão da compostagem e captura de carbono pelo solo.
Durante o evento, foi elaborada a Declaração de GAIA em Paris sobre Resíduo Zero pela Justiça Climática, na qual a Aliança declara que as soluções reais através de ações para as mudanças climáticas está nas mãos da sociedade civil. Após 23 anos de negociações os governos não chegam a atingir ações significativas nas questões climáticas, afirma o documento. Ainda, a declaração faz menção à reconstrução do incinerador de Paris, o Ivry, e a GAIA se solidariza com aqueles que sofrem as consequências ambientais e na saúde humana, afirmando ser uma fonte de energia suja e um caminho de retrocesso.