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Jovens monitores refletem sobre políticas públicas culturais e gestão cultural na cidade

21/01/2015

As políticas públicas culturais e a gestão cultural na cidade foram abordadas na formação teórica do Programa Jovem Monitor Cultural (PJMC), realizada no dia 12 de janeiro. A atividade foi ministrada por Altair Moreira, jornalista, educador, ex-secretário de cultura de Santo André e um dos assessores de formação do PJMC.

A implantação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930, e a passagem do escritor Mário de Andrade pelo Departamento de Cultura da Prefeitura da cidade de São Paulo, de 1935 a 1938, inauguraram as políticas culturais no Brasil.

“Realmente Mário de Andrade tem uma importância enorme para a cultura, principalmente para a cidade de São Paulo. Foi ele quem deu os parâmetros como estrutura de uma secretaria de cultura”, explica Altair.

Uma das ações do Departamento, na época, foi patrocinar as Missões de Pesquisas Folclóricas, que registraram em texto, áudio e vídeo as diversas manifestações culturais das regiões norte e nordeste do Brasil, tais como o catimbó, o maracatu, o tambor-de-criola, o cateretê, e etc. “Ele [Mário de Andrade] revelou para o Brasil a diversidade cultural”, diz Altair.

Inspirados no artigo “Políticas culturais no Brasil: tristes tradições”, de Antonio Albino Canelas Rubim, os jovens produziram coletivamente painéis utilizando recortes de revistas e outros materiais. O texto resgata a “trajetória das políticas culturais desenvolvidas pelo governo federal desde a inauguração efetiva das políticas nacionais de cultura nos anos 1930” até o governo de Fernando Henrique Cardoso. Para acessar o texto, clique aqui.

Altair também falou sobre a gestão de Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, no governo Lula. “Ele [Gilberto Gil] começa a pensar no que a população está fazendo para dar essa dimensão mais larga possível da cultura”. Ele também cita a atual indicação de Juca Ferreira para o Ministério da Cultura. “A indicação do Juca [Ferreira], hoje, pode aprofundar mais essa questão da cultura e das especificações das realidades locais”, opina.

Para Altair, administrar uma cidade é uma questão cultural. “Gerenciar uma cidade significa mexer estruturalmente nela e mexer com pessoas. Essas pessoas se relacionarão de forma diferente”. Ainda segundo ele, o território é o local onde as relações afetivas e sociais de um indivíduo são estabelecidas.

Os jovens monitores culturais também se dividiram em dois grupos. Um grupo refletiu sobre como é o funcionamento da atual secretaria de cultura e o outro como gostaria que ela fosse. No fim, os jovens apresentaram e discutiram as questões levantadas nos grupos.

O Programa

Criado pela Lei Municipal 14.968/09 e o Decreto Municipal 51.121/09, o PJMC visa a formação teórica e prática de 111 jovens entre 18 e 29 anos, que atuam no atendimento, produção e difusão da cultura municipal em equipamentos culturais da cidade de São Paulo. O programa é coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) por meio do Centro Cultural da Juventude (CCJ).

O Instituto Pólis realiza a formação teórica de jovens monitores que atuam em casas de cultura, centros culturais, teatros distritais e gabinete da SMC. Atualmente, a ONG Ação Educativa realiza a formação teórica de 126 jovens monitores que atuam no CCJ, nas bibliotecas municipais, no Museu da Cidade e no Arquivo Histórico.

Financiado pela SMC, o Programa tem a duração de um ano e conta com formações teóricas no Instituto Pólis às segundas-feiras e formações práticas nos equipamentos culturais durante a semana, acompanhados por agentes de formação in loco.