hortas urbanas - Instituto Pólis

hortas urbanas de são paulo - cidades comestíveis 2024

parceria

O projeto “Cidades Comestíveis – hortas urbanas para combate à fome e soberania alimentar” é desenvolvido pelo Instituto Pólis com financiamento de uma emenda parlamentar articulada junto da mandata de vereadoras da Bancada Feminista (PSOL) no valor de R$ 150.000,00 e com apoio da Coordenadoria de Agricultura (CA/SMDET) vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET) da Prefeitura Municipal de São Paulo.

A proposta desse projeto é contribuir na implantação e estruturação de 5 hortas urbanas em regiões periféricas, buscando atender as famílias em situação de vulnerabilidade social e melhorar os índices de segurança alimentar e nutricional desses territórios. Assim, está considerado no projeto a seleção dos locais de implementação das hortas, doação de insumos e ferramentas, assessoria técnica durante a realização do projeto, orientação para organização das famílias e momentos de troca de experiências entre as iniciativas.

Além do apoio direto à implantação das hortas, o projeto também realizou o curso Horticultura Agroecológica: como implantar uma horta sem usar agroquímicos. O curso foi voltado aos integrantes das hortas apoiadas pelo projeto, integrantes dos movimentos sociais parceiros e bolsistas do Programa Operação Trabalho (POT Agricultura) que atuam em unidades de produção agrícola.

O curso teve aulas das 9h às 16h, com carga horária total de 40 horas, com duas visitas técnicas, iniciando em 15 de Junho de 2024 e finalizando no dia 10 de Agosto de 2024. As aulas teóricas foram realizadas no auditório do Instituto Pólis e foram realizadas duas visitas técnicas, sendo uma na Horta Sabor de Vitória, protagonizada pela agricultora Teresinha no bairro de São Mateus, Zona Leste de São Paulo, e outra na Horta das Mulheres do GAU, localizada em São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo. Participaram do curso cerca de 25 pessoas.

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cartilha de horticultura agroecológica

mapa das hortas

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hortas apoiadas

horta do movimento de moradia (MDM) - M'boi Mirim (ZS)

O Movimento Pelo Direito à Moradia (MDM) é um movimento social de moradia popular que luta por moradia digna, prioritariamente para famílias de baixa renda, moradoras de áreas de risco e irregular. O movimento já possui a propriedade de um terreno próximo à Represa Guarapiranga que está aguardando o início da construção do condomínio de moradias populares. Neste terreno, há uma horta já iniciada e cuidada por integrantes do movimento e pessoas que irão morar no local, precisando de auxílio para aumentar o número de canteiros e iniciar o trabalho com plantas medicinais. A horta ainda não recebe apoio da Prefeitura e há um grande desejo de manter a horta após a construção das moradias.

horta do condomínio nova canudos (MTST) - Taipas (ZN)

O Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Sem-Teto, o MTST, é um movimento social que nasceu em 1997 com o intuito de garantir o direito constitucional à moradia digna para todas e todos. Nas ocupações do MTST, as cozinhas coletivas são espaços fundamentais, assim como as hortas. O movimento possui um GT de Hortas Urbanas que construiu uma pequena horta coletiva na Ocupação Nova Canudos, na Zona Norte de São Paulo. Recentemente, o movimento conseguiu a propriedade do terreno, onde serão construídas habitações populares. Os moradores demonstraram interesse em implementar uma horta maior no terreno, para melhor integrar as pessoas que moram ali e que são interessadas pela horta para combater a fome e abastecer as cozinhas da ocupação.

horta da guardiã de sementes raras - São Mateus (ZL)

A Guardiã de Sementes raras é uma agricultora já estabelecida, mas que tem sofrido pressão para sair do terreno. Apesar disso, recentemente conseguiu contrato de concessão de uso do terreno para horta com a empresa de energia ENEL. O terreno tem cerca de 1.750 m², onde já existem em torno de 10 canteiros implantados com diversas espécies de hortaliças e plantas medicinais. A agricultora possui articulação com a Teia dos Povos e acessa políticas públicas da Prefeitura. Mesmo assim, demonstrou necessidade de apoio para organizar a produção e fortalecer a permanência no território.

horta do mutirão jerônimo alves (MST Leste 1) - São Mateus (ZL)

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1 é um movimento criado em 1987 com o objetivo de garantir o direito à terra e moradia às famílias de baixa renda de parte da Zona Leste de São Paulo. O movimento possui um Grupo de Trabalho de Meio Ambiente e participou de um edital da Prefeitura Municipal para estruturar um viveiro de mudas de árvores nativas, o Viveiro São Rafael, com hortas produtivas ao redor. O terreno já é de propriedade do movimento, aguardando a construção das moradias populares. Há um grande terreno na frente de onde será a construção, já de propriedade também do movimento, onde será feita a ampliação da produção da horta para atender mais famílias.

horta da associação povo em ação - Capão Redondo (ZS)

A Associação Povo em Ação surgiu a partir da ocupação de um terreno no Capão Redondo na década de 80, por meio da luta por moradia relacionada à Pastoral das Favelas, que teve início com 94 famílias e hoje são em torno de 1000 famílias envolvidas. Existem 3 espaços de horta na sede da Associação, um destinado para o cultivo de plantas medicinais, outros dois onde são realizados cultivos de hortaliças para doação, troca e também para fins didáticos. Há um desejo de construção de um viveiro de mudas, pois o acesso a este recurso para os pequenos produtores da região é escasso. A construção de um viveiro irá possibilitar um trabalho em conjunto com esses produtores, favorecendo a economia circular e o fortalecimento da agricultura da região.

materiais produzidos

equipe do projeto

instituto pólis

André Biazoti
Bacharel em Gestão Ambiental pela ESALQ/USP e Mestre em Agricultura Urbana pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ecologia Aplicada (PPGI-EA/USP). Conselheiro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Solidário e Sustentável de São Paulo (CDRSS) e integrante do Coletivo Nacional de Agricultura Urbana (CNAU). Coordenador de projetos no Instituto Pólis e integrante da Secretaria Executiva da plataforma Agroecologia em Rede (AeR).
Bárbara Sabino
Bacharel em Gestão Ambiental pela Faculdade Metropolitanas Unidas/ FMU; Engenheira Agronômica pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências Agronômicas – Campus Botucatu – FCA UNESP Botucatu e Mestre em Agronomia/Horticultura pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Horticultura (PPGA/Horticultura) da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) – UNESP, Campus de Botucatu. Engenheira Agrônoma no projeto Cidades Comestíveis – Hortas Urbanas do Instituto Pólis.
Danielle Custódio
Formada em Economia Doméstica, especialista em Gestão e Estratégia em Agronegócio e mestre em Práticas do Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, é pesquisadora e atua nas áreas de combate à fome, agricultura sustentável, agricultura familiar e erradicação da pobreza. Doutoranda em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas, estuda padrões alimentares de escolares, analisando as relações socioeconômicas e as políticas públicas de segurança alimentar e nutricional no ambiente escolar, bem como suas interferências na promoção de uma alimentação saudável. Atua como Consultora Técnica Assistente nos projetos Cidades Comestíveis – Hortas Urbanas e Caravanas Agroecológicas do Instituto Pólis.