ficha técnica
autores:
Victor Hugo Argentino de Morais Vieira
Laís Ferreira dos Santos
coordenação editorial:
Victor Hugo Argentino de Morais Vieira
revisão técnica:
André Ruoppolo Biazoti
Maria Elisabeth Grimberg
revisão ortográfica:
Natália Pinheiro Soares
capa e ilustrações:
Fabián Pérez Tencio
projeto gráfico:
Renata Alves de Souza
Tipo Gráfico Comunicação
editoração:
Instituto Pólis
diretoria do instituto pólis:
Henrique Botelho Frota
Margareth Matiko Uemura
Danielle Klintowitz [in memoriam]
coordenadora da área de resíduos sólidos e agroecologia:
Maria Elisabeth Grimberg
coordenador executivo da área de resíduos sólidos e agroecologia:
Victor Hugo Argentino de Morais Vieira
assessores:
André Ruoppolo Biazoti
Clauber Barão Leite
assistentes:
Laís Ferreira dos Santos
apoio institucional:
Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA); Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR)
novos modelos de compostagem nas cidades: integrando reciclagem, agricultura e moradia
Os resíduos orgânicos compostáveis representam quase metade da massa total de resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil, ou seja, a compostagem é uma solução para metade do problema. De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – Resíduos Sólidos (SNIS-RS), do total coletado (65,6 milhões de toneladas), apenas 1,7% foi destinado à reciclagem e 0,6% à compostagem, portanto, apenas 2,3% de todos os resíduos coletados foram efetivamente reciclados, entre orgânicos compostáveis e recicláveis secos. O restante, cerca de 97,7%, foi enviado para disposição final em aterros sanitários e lixões. A esse respeito, a disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários e lixões é a segunda maior fonte de emissão de metano no Brasil, e o setor de resíduos sólidos é responsável por 16% do metano gerado no País (SEEG, 2022). Para agravar, o Brasil ainda conta com cerca de 2.500 lixões (ABETRE, 2022).
Os resíduos orgânicos compostáveis representam
quase 50% da massa total de RSU no BrasilFONTE: ABRELPE (2020)
A compostagem se apresenta como uma solução técnica e economicamente viável diante desse cenário, chave para uma rápida resposta à necessidade de aumento da reciclagem, ao encerramento dos lixões e também ao combate à mudança climática em curto prazo. Por sua flexibilidade, escalabilidade e baixo custo de implantação, a tecnologia é uma opção mais acessível em termos de implantação e operação e, em muitos casos, é mais barata que os próprios aterros sanitários (KAZA et al., 2018). Apesar disso, essa ferramenta ainda é subutilizada no Brasil, encontrando-se poucas aplicações na prática e poucos investimentos em âmbito nacional.
Com o objetivo de preencher parcialmente essa lacuna, este estudo oferece uma análise sobre os novos sistemas de compostagem nas cidades e busca dar visibilidade às experiências que poderiam ser replicadas em outras regiões. Modelos que, para além de apenas desviar os resíduos orgânicos compostáveis dos aterros sanitários, efetivam o resíduo orgânico compostável como bem econômico e de valor social, gerador de trabalho, renda e promotor de cidadania, em acordo com o Art. 6º, inciso III da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com essas informações, esperamos ser possível pensar em novas políticas públicas e modelos inovadores de sistemas de gestão de resíduos e compostagem nas cidades brasileiras para viabilizar a reciclagem e o desvio de resíduos orgânicos de aterros sanitários, de forma a promover uma transição justa com geração de renda aos grupos sociais que mais necessitam.
Ao todo, o estudo identificou 19 projetos por meio da pesquisa, mas são aprofundadas no estudo as experiências de oito organizações em municípios e regiões diferentes do Brasil. A pesquisa, de caráter exploratório e não exaustiva, buscou identificar e analisar sistemas de compostagem nas cidades brasileiras que operassem fora da lógica convencional pública e/ou privada, considerando principalmente aquelas cujo RSU orgânico compostável fosse um bem gerador de valor social para grupos marginalizados, como catadoras e catadores, agricultores e agricultoras e outras formas de organização da sociedade civil. Os projetos identificados participaram de entrevistas semiestruturadas, e os dados fornecidos foram totalmente auto declaratórios.
Isso é Direito à Cidade
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Este estudo só foi possível graças a uma ampla rede que contribuiu direta ou indiretamente. Algumas contribuições, ainda na fase de concepção do estudo e ideias, foram de Carlos Henrique Andrade de Oliveira, Kellen Pasqualeto e Joice Pinho Maciel (Apoena Socioambiental), Lara Oberdá e Dione Manetti (Pragma), Tiago Villavoid, Alejandro Gómez (Asociación de Recicladores los Goleros aliada a la Asociación de Recicladores de Bogotá – ARB), Valquiria Candido da Silva e Davi Amorim (MNCR).
participantes das entrevistas: Wiviane Bueno da Maia (ACAMARTI); Luiz Vaz da Silva (COOMPAG); Osmar Vidal (CooperCicla); Edilene Luiza Oliveira Alves, Paulo Alves Trentin, Paulo Jorge e George Euzébio (CooperCicli); Mateus Rocha (SEAGRI/Põe no Balde); Cíntia Aldaci da Cruz (Revolução dos Baldinhos); Edinéa Rodrigues e Adelaide Silva (VerdeCoop); Andriele de Medeiros Martins (Pila Verde).
participantes das oficinas: Luiza Maria Honorato (Cooper Viva Bem), Maria Divina de Freitas (Mulheres Assim Assim), Fernanda de Carvalho Tavares (Casa do Catador), Renato dos Prazeres e Maria Auxiliadora dos Prazeres (Cooper Cral), Elizabete Maria Rocha (Base Futura), Maria Dulcineia Silva Santos (MNCR), Maria Aparecida Rodrigues (COOP Rosas de Saron), Angiscleide Ferreira, Valquiria Candido da Silva (COOPERPAC/MNCR), Helena da Silva Novais (COOPERPAC), Marcelo Nogueiro da Silva (ASCARTI), Geralda Quirina dos Santos Silva, Gabriela de Aquino e Lucineia (COOPERPOBA).