crise climática – pesquisa de opinião pública
crise climática - pesquisa de opinião pública novembro 2023
baixe o estudo
86% da população brasileira defende a priorização dos investimento em fontes renováveis de energia para combate às mudanças climáticas
Pesquisa de Opinião Pública realizada pelo IPEC sob encomenda do Instituto Pólis, apoiado pelo Instituto Clima e Sociedade, mostra que a maior parte da população brasileira já sente os impactos negativos das mudanças climáticas e associa a crise aos combustíveis fósseis.
Os questionários foram aplicados entre 22 e 26 de julho de 2023, com duas mil respostas. Foram entrevistadas pessoas com 16 anos ou mais em 123 municípios de todas as regiões do país e com distintas tipologias. A pesquisa tem um nível de confiança de 95% e margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Frente ao novo normal da questão climática no país – fortes chuvas, falta d’água, ondas de calor extremo, ciclones e queimadas -, a população brasileira mostra preocupação com o futuro e compreende a importância da transição energética para mudar o jogo.
veja também
crise climática já é uma realidade fortemente sentida pela população brasileira
7 em cada 10 brasileiros/as já vivenciaram pelo menos um evento extremo associado às mudanças climáticas. Diante dos números absolutos da população do país, essa proporção equivale a mais de 118 milhões de pessoas acima dos 16 anos.
A pesquisa revela que os impactos negativos das mudanças do clima estão afetando um número cada vez maior de pessoas e tendem a fazer parte do cotidiano com maior frequência.
população brasileira apresenta grande preocupação sobre o futuro diante da crise climática
98% das pessoas declarou estar preocupada com nova ocorrência de evento extremo (2% não souberam ou não responderam).
A pesquisa indica que a quase totalidade da sociedade brasileira entende que os eventos extremos continuarão ocorrendo, expressando alto grau de preocupação com a hipótese de algum(s) deles lhe impactar novamente.
a preocupação com alguns eventos extremos varia regionalmente e por grupo social a depender da vivência
A maior incidência de certos eventos por região do país, ou seu impacto desproporcional sobre alguns grupos sociais, faz com que o grau de alerta e preocupação varie.
Ciclones e tempestades de vento, por exemplo, preocupam proporcionalmente mais a população da região sul (29% frente à média nacional de 13%).
Alagamentos, inundações e enchentes (23% da média nacional) preocupam mais as classes D/E (25%) do que as classes A/B (19%). Também há diferença se considerada a variável raça/cor. A população negra apresenta maior preocupação (25%) do que a população branca (21%) sobre estes eventos.
ampla parcela da população compreende que os combustíveis fósseis agravam a crise climática
Para a maior parte da população, as fontes não-renováveis de energia estão diretamente associadas ao agravamento da crise climática. Petróleo, carvão mineral e gás natural fóssil são nitidamente identificados pela ampla maioria como prejudiciais ao clima.
população brasileira acredita que os investimentos prioritários do país não deveriam ser direcionados a combustíveis fósseis
Quando questionada sobre as prioridades na produção de energia pelo Brasil, as pessoas entrevistadas revelam baixíssima aceitação em relação a combustíveis fósseis. Apenas 1% acredita que deveria haver investimento prioritário na produção de carvão mineral; 4% na produção de petróleo e também 4% na produção de gás.
Os brasileiros defendem que o investimento em fontes renováveis é a chave diante das mudanças climáticas. A população entende que é preciso ampliar a participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira por meio de mais investimentos governamentais, em detrimento da continuidade de subsídios aos fósseis.
Para a grande maioria dos entrevistados (86%) as prioridades de investimento do governo devem ser centradas na energia solar (57%), hídrica (14%), eólica (13%) e biomassa (2%).
A pesquisa indica, de forma inédita, que há uma tendência de custo político cada vez mais elevado se o caminho das decisões governamentais continuar sendo no investimento de fontes não-renováveis, ainda que seja sob pretexto de diversificação da matriz energética.
equipe responsável pela formulação da pesquisa
Instituto Pólis
Diretoria Executiva (2023-2026)
Cássia Gomes da Silva
Henrique Botelho Frota
Rodrigo faria G. Iacovini
Coordenação de Comunicação
Bianca Alcântara
Coordenação do Projeto
Tama Kawakami Savaget
Equipe de Pesquisa
Danielle Klintowitz (in memoriam)
Clauber Barão Leite
Henrique Botelho Frota
Lara Cavalcante
Maria Gabriela Feitosa dos Santos
Vitor Coelho Nisida
Redação e revisão
Maria Gabriela Feitosa dos Santos
Henrique Botelho Frota
IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria
Diretora de Inteligência e Insights
Patricia Pavanelli
Analista de Inteligência e Insights
Larissa Souza
Apoio
iCS – Instituto Clima e Sociedade