Acordo pode por fim ao conflito de 52 anos na Colômbia

Plebiscito que pode referendar acordo entre as Farc e governo colombiano acontece neste domingo

No próximo domingo, dia 2 de outubro, a população da Colômbia irá decidir se aprova ou não o acordo de paz selado entre as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia, liderada atualmente por Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como “Timochenko”, e o governo colombiano, cujo presidente é Juan Manuel Santos, na última segunda-feira, 26 de setembro.

Diante dessa situação, cidadãos e cidadãs colombianos se reuniram na organização popular Común Acuerdo para dialogar com movimentos sociais e a sociedade civil sobre a importância das negociações que estão a ser firmadas neste acordo. O acordo tem apoio da Associação Latino Americana de Organizações de Promoção ao Desenvolvimento (ALOP), da qual o Instituto Pólis faz parte.

A ideia é gerar um amplo debate na sociedade com documentos disponibilizados no site sobre as Farc, o conflito entre ambos os lados e soluções para o fim dessa guerra que já deixou 250 mil vítimas. De acordo com Antonio Madariaga Reales, diretor executivo da Viva la Ciudadanía, organização colombiana sem fins lucrativos que luta pelo aprofundamento da democracia, o poder do sim nesse plebiscito está na capacidade desse acordo aprofundar a democracia na Colômbia, com uma participação política ativa e a implementação de muitas promessas da Constituição de 1991.

O acordo, que se aprovado irá acabar com um conflito que já dura mais 50 anos, inclui o fim do conflito armado; uma reforma rural integral para os ex-guerrilheiros, para que eles tenham acesso à terra e ao cultivo de outros produtos que não sejam drogas, visto que as Farc têm relação direta com o cultivo e a produção de cocaína no país; participação política das Farc sem o uso de armas; um acordo entre as vítimas do conflito, a qual abarca desde a punição e restrição de liberdade de autores de crimes até a reparação às vítimas.

Segundo o governo colombiano, as Farc garantiu que entregarão todas as armas às Nações Unidas, a não participar em crimes tais quais extorsão, recrutamento de crianças para atividades criminosas e sequestro, além disso também prometeu romper relações com o narcotráfico e interromper os ataques às forças públicas e civis.

Para que o acordo seja implementado, é necessário apenas 13% dos votos da população colombiana. A quantidade é baixa, pois o voto não é obrigatório no país como é no Brasil, por exemplo. Para o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, as Farc continuam na lista de grupos terroristas dos EUA, pois o país ainda estuda se irá retirar.

Para saber mais informações sobre o assunto acesse:

Governo da Colômbia e Farc assinam acordo de paz para conflito de 52 anos

Por que o acordo de paz entre Colômbia e Farc é histórico

Imagem destacada: http://www.acuerdodepaz.gov.co/