Planta também gosta de companhia

Assim como a grande maioria dos homens preferem viver em comunidade, no mais das vezes as hortaliças crescem melhor quando associadas, seja mantendo parte da vegetaçãoespontânea junto ao cultivo, seja consorciando mais de uma variedade no mesmo espaço de plantio.

Assim, através da observação do desenvolvimento dos plantios e de experimentos realizados, se construiu um saber a respeito das “plantas companheiras” e “plantas antagônicas”. O próprio nome já nos indica do que se trata este saber popular. “Plantas Companheiras” são aquelas que quando plantadas simultaneamente no mesmo espaço, ambas se desenvolvem melhor do que quando plantadas de forma isolada. Já as “Plantas
Antagônicas” são aquelas que quando plantadas próximas no mesmo espaço, acabam por atrapalhar o desenvolvimento uma da outra.

O “companheirismo” e o “antagonismo” entre as espécies se dão através de diversos aspectos distintos:

Aspecto químico – quando as espécies disputam ou disponibilizam os nutrientes disponíveis no solo, entre si.
Ex: Pepino e Girassol não devem ser plantados juntos, nem um em seguida do outro no mesmo local, pois ambas as variedades competem por uma quantidade idêntica do micro-nutriente Boro, o que pode acarretar a escassez deste no solo;

Aspecto físico – quando uma espécie pode utilizar-se de outra como um apoio para seu crescimento. Ex: Milho e Feijão trepador;
Aspecto climático – quando uma espécie se prejudica ou se favorece por estar plantada próxima a outra que lhe trará outras condições climáticas para seu desenvolvimento. Ex: Couve e Cebolinha quando plantadas juntas, a couve por ter um porte maior acaba criando um ambiente de meia sombra que favorece o desenvolvimento da cebolinha, principalmente em situações de pouca disponibilidade de água para as plantas;

Aspecto medicinal – quando uma espécie plantada próxima a outra repele insetos que podem causar danos ao plantio. Ex: Coentro e Tomate, quando plantados juntos, o coentro favorece o tomateiro, repelindo a traça do tomate;

As informações fazem parte do Projeto Cidadania Alimentar do Instituto Pólis.