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Pólis realiza Diálogo sobre Cultura Viva e Interculturalidade na América Latina no dia 20 de setembro

19/09/2013

Em paralelo ao Encontro Nacional Conviver em Paz nas Cidades, que vai de 19 a 21 de setembro, acontece o “Diálogo Ajayu: Cultura Viva e Interculturalidade na América Latina”, no dia 20 de setembro, às 19h, no auditório do Instituto Pólis. O evento também será transmitido via streaming pelo site do Pólis.

 

 

O diálogo é destinado a agentes culturais, produtores, articuladores, pesquisadores, gestores, estudantes e público interessado. E não é necessário estar inscrito no Encontro Nacional para participar do Diálogo Ajayu.

“A América Latina vive um rico processo de trocas culturais entre países nos últimos dez anos, com os Pontos de Cultura, a Plataforma Puente, o Programa Cultura Viva Comunitária. A ideia é juntar saberes antigos e saberes atuais (contemporâneos), no sentido de estabelecer uma convivência que não seja uma via de mão única. Você dá voz para os saberes antigos, mas sem filtrar esses saberes por uma lógica hegemônica”, diz Valmir de Souza, organizador do evento.

Participam da conversa Hamilton Faria, poeta e coordenador da área de Cultura do Instituto Pólis, Valmir de Souza, consultor do Instituto Pólis, Antonieta Jorge Dertkigil, da Secretaria Estadual da Cultura, Pedro Vasconcellos, da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural- Minc, Eleilson Leite, da ONG Ação Educativa, Jorge Blandón, da Plataforma Puentes-Colômbia, e Juan Brizuela, pesquisador da UFBA.

Leia abaixo uma entrevista com o organizador do diálogo, Valmir de Souza, doutor em Teoria Literária, professor universitário de Cultura e Literatura, pesquisador e assessor da Área de Desenvolvimento Cultural do Instituto Pólis.

– Como se dá a interculturalidade entre os países da América Latina?

Valmir de Souza – Há vários níveis de relação intercultural. Um deles é a relação pelas vias oficiais, como o Unasul, o Mercosul, por exemplo, e mais recentemente, houve também um impulso da gestão pública no sentido de incluir a questão das culturas não consagradas, que existem na América Latina. Isso foi materializado, em partes, pelos Pontos de Cultura, que reverberaram em vários países. Junto à isso existem vários modos de se fazer cultura, que mobilizam outros saberes, que são as chamadas epistemologias do Sul, da qual fala Boaventura Souza Santos. É sobre esses modos de fazer cultura que a gente vai tratar no Diálogo Ajayu, no sentido de dar voz e visibilidade a esses saberes.

Como as pessoas se comunicam hoje?

– Já existem algumas entidades e grupos extraoficiais que trabalham com as articulações de grupos e organizações, como o Arte e Transformação, a ALACP e a Plataforma Puentes. A ideia é juntar saberes antigos e saberes atuais (contemporâneos), no sentido de estabelecer uma convivência que não seja uma via de mão única. Você dá voz para os saberes antigos, mas sem filtrar esses saberes por uma lógica hegemônica. No caso do Brasil, temos como exemplo a cultura negra e a cultura indígena, que podem estabelecer diálogos interculturais com os aimarás, os quéchuas. Que essas culturas possam interagir sem serem modificadas, no sentido de deixarem de ser elas próprias. O desafio disso tudo é conviver pacificamente, não achar que a sua cultura é mais importante do que a outra.

Diante da diversidade de culturas -a cultura da periferia, a cultura amazônica, a cultura boliviana- o que o Diálogo Ajayu procura reunir?

– Trata-se de um possível diálogo, para estabelecer uma conexão futura. É uma ação que vem também como resultado do próprio Congresso da Cultura Viva Comunitária, realizado na Bolívia, em maio deste ano. Os participantes serão de várias origens: tem pessoas responsáveis pela gestão pública, agentes de ONGs, educadores e ativistas da cultura latino-americana.
A grosso modo, é a relação entre culturas que tenham várias entradas e contribuições. É também a ideia da manutenção da autonomia cultural dos grupos e dos povos. Mais que uma interação, pode se pensar numa integração das culturas.

Diálogo Ajayu: Cultura Viva e Interculturalidade na América Latina
Quando: Dia 20 de setembro, às 19h
Onde: Auditório do Instituto Pólis – Rua Araújo, 124, 1º andar, República, São Paulo-SP
Grátis e aberto ao público

 

Vídeos do Pontão:

Assista entrevista com Hamilton Faria, poeta e coordenador da área de Cultura do Pólis, sobre o Encontro Nacional

Assista entrevista com Valmir de Souza, consultor do Pólis, sobre mobilidade e interculturalidade na América Latina

Rogério Sotilli, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, fala sobre direitos humanos em São Paulo

Elvis Albuquerque, agente cultura de Diadema, Grande São Paulo, fala sobre a construção de campos simbólicos para promoção da cultura e da diversidade

Lia Diskin, co-fundadora da Associação Palas Athena, fala sobre a cultura de paz e a construção de um espaço criativo de co-cidadania

Lala Deheinzelin, consultora internacional de economia criativa,  fala sobre o que é conviver em paz nas cidades e de como a economia criativa pode auxiliar na construção desse cenário

Baby Amorim, coordenadora do Instituto Ilu Obá de Min, fala sobre ações que incentivam e promovem a cultura de paz nas cidades

Vera Salles, coordenadora do projeto Comunicapaz [Maranhão], fala ações que incentivam e promovem a cultura de paz nas cidades