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Pontão participa de encontro com o Prêmio Nobel 2006, Muhammad Yunus

29/05/2013

 

No último dia 29 de maio, o  Prêmio Nobel da Paz 2006, Muhammad Yunus esteve no Brasil e falou sobre a erradicação da pobreza em Bangladesh a partir da criação do banco social Grameen Bank. Numa plateia com mais de 900 pessoas, estudantes, empresários, agentes sociais e jornalistas, o economista bengalês compartilhou com o público a experiência do banco social  que  “transformou as relações sociais, deu autonomia às mulheres, diminui o índice de analfabetismo entre jovens e aumentou a confiança entre a comunidade”, afirmou Yunus.

foto: Everton Amaro (Fiesp)
foto: Everton Amaro (Fiesp)

A reunião extraordinária organizada pelo CJE – Comitê de Jovens Empreendedores, nas palavras do presidente do conselho, Sylvio Gomide ” a presença do Yunus é a possibilidade de ouvir histórias concretas de alguém que vem construindo um mundo melhor, erradicando a miséria e aumentando a qualidade de vida. O desafio do empreendedorismo nos dias de hoje é construir com ética novos paradigmas, só o lucro não resolve. Temos que focar e ter um olhar que veja e se integre ao todo”.

Ao longo da sua fala precisa e esclarecedora, Yunu reafirmou que para mudar o mundo é preciso ter a habilidade do pensamento criativo, “sempre há uma maneira simples de lidar com problemas complexos. Nos cabes perceber a presença, o indivíduo  e a história que cada um traz consigo”.

O economista narrou que a iniciativa para abrir o Grameen Bank surgiu ao ver milhares de pessoas nas mãos e ameaças dos agiotas ou tendo crédito recusado no banco.  “As instituições financeiras emprestam para quem tem dinheiro e isso é uma enorme contradição. Estava cansado de ver mulheres sofrendo nas mãos dos agiotas, resolvi ser fiador delas junto ao banco, simplesmente confiei que elas me pagariam e que qualquer coisa seria melhor do que ficar nas mãos dos agiotas ou permanecer naquele estado de miséria”.

Com o passar dos anos o Grameen Bank tornou-se um banco para mulheres pobres, num país onde as mulheres não tem autonomia ou direitos de posse, o banco social se apresentou como um espaço de empodeiramento e independência da comunidade feminina, “juntas essas mulheres tem U$1bi”. De acordo com Yunus a iniciativa modificou o direito à habitação, acesso à saúde e educação na comunidade “para receber o empréstimo a pessoa deve comprovar titularidade do terreno, aos poucos os maridos passaram o nome do terreno para as mulheres, diminuindo o índice de mulheres abandonadas ou expulsas de suas casas pelos maridos”, Yunus explicou que para se divorciar na India, basta que o marido repita três vezes “eu me divorcio de você”.

O economista afirmou que um novo paradigma de construção e planejamento de vida entre os jovens surgiram ao longo desse período, “o principal modelo de empreendorismo está na imagem e na experiência das mulheres. Falo aos jovens: construa a partir desse modelo, sua mãe é a sua consultora. Cabe ao jovem compreender que a chave para mudança social é construir empreendimentos que mudem o mundo e não que gerem dinheiro. Estamos invertendo a ordem do modelo mental capitalista”.

Yunus encerrou o encontro dando um banho de otimismo na plateia ao afirmar que “toda pessoa tem poder criativo. O sistema está com problema, a culpa não é humana. A nós cabe a responsabilidade de criar uma estrutura onde não há desemprego, pobreza, violência e desigualdades”.

Veja palestra do economista:

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