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trabalho, território e covid-19 em são paulo

24/05/2021

Novo estudo realizado pelo Instituto Pólis mostra que grande parte das vítimas fatais de Covid-19 em São Paulo, entre março de 2020 a março de 2021, é de profissionais que não concluíram a educação básica, e que não interromperam as atividades. De acordo com os números da pesquisa, pedreiros, empregadas domésticas e motoristas de carros de aplicativo estão entre as ocupações mais afetadas pela doença.

O estudo utilizou informações sobre os óbitos por Covid-19 na cidade de São Paulo entre março de 2020 e março de 2021. Os dados foram coletados do SIM PRO-AIM (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade), coordenado pela Secretaria de Saúde do Município de São Paulo. A partir dessas informações, o Pólis identificou 737 ocupações das vítimas, classificadas de acordo com o código CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), e as organizou em categorias de atividades, agrupadas segundo o setor econômico, tipo de atuação, nível de exposição do trabalhador e possibilidade de trabalho remoto.

A fim de detectar características em comum das pessoas envolvidas naquelas atividades mais atingidas, também foram analisadas informações sobre a escolaridade, faixa etária, local de residência, raça e sexo das vítimas. Durante o período analisado, foram registradas 30.796 mortes por Covid-19 em São Paulo. Destes, 23.628 (76,7%) foram de pessoas que não completaram o ciclo de educação básica, ou seja, tinham 11 anos ou menos de estudo. Considerando a escolaridade das vítimas como uma proxy sobre seu padrão de renda, os dados confirmam que a mortalidade de Covid-19 é maior entre trabalhadores e trabalhadoras mais pobres.

Veja o estudo na íntegra aqui.