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Articulação Latinoamericana de Cultura e Política é lançada no FSM

02/02/2009

Durante coletiva de imprensa na última sexta, 30 de janeiro em Belém, o presidente Lula afirmou que sua participação no FSM em 2009 é mais importante para o Brasil que uma eventual participação sua em Davos. Segundo ele, este FSM surpreendeu na representatividade dos movimentos sociais, na abordagens de novos temas e na participação da juventude. Sobre este último aspecto, pelo menos 70% dos participantes são jovens. E tal mobilização só é possível pela cultura, ou melhor pela culturalidade do ambiente do Fórum, que é inerente à cidade de Belém e também fruto da ampla presença da juventude.

O FSM de 2009, nesse sentido, revelou os crescentes movimentos de articulação do mundo cultural e do mundo político, sobretudo na América Latina. Em 30 de janeiro foi lançado oficialmente a nova rede de mobilização de entidades da sociedade civil do nosso continente: a Articulação Latinoamericana de Cultura e Política (ALACP). Composta por organizações como INESC, CEPAD, Instituto Pólis, CFEMEA, Red Mesoamerica de Arte y Transformación e AVINA, esta rede pretende descobrir novos caminhos para a integração latinoamericana e contribuir para a reinvenção da democracia e da cidadania cultural, por meio de articulações inovadoras entre movimentos culturais e sociais.

A atividade de lançamento contou com Iara Pietricovsky do INESC, Eduardo Balan do CEPAD e o rapper de Brasília Gog, que se apresentou na noite de 30 de janeiro no acampamento da juventude. Ao público, foi distribuído a segunda edição da Carta das Responsabilidades do Artista, publicação do Pólis.

Em meio a toda essa vontade de convergir os mundos da cultura e da política, cabe a reflexão de que é preciso ter cuidado para não cair numa politização da cultura que reduza sua diversidade e seu potencial. Tampouco se trata de buscar uma culturalização da política. A conexão entre essas duas esferas deve servir para a construções de novos espaços públicos que façam surgir novas subjetividades coletivas capazes de enriquecer o imaginário e a democracia do continente latino-americano.

* coordenador do Cineclube Pólis