notícias

Comunidades tradicionais e um novo modelo de turismo no litoral

01/08/2016

Observatório Litoral Sustentável impulsiona turismo sustentável e turismo de base comunitária no Litoral Paulista

Constantemente o Litoral brasileiro sofre consequências de um desenvolvimento econômico centrado no capital financeiro e não no capital social e cultural das comunidades litorâneas. A exploração da atividade turística sazonal é uma das faces desse desenvolvimento, que frequentemente traz mudanças negativas para os moradores dessas regiões. O aumento do preço do solo urbano estimulado pela especulação imobiliária tende a expulsar as populações tradicionais de suas áreas de moradia tradicionais, pressionando, também, as áreas de conservação. Uma visão meramente utilitária dos espaços públicos gera um turismo pouco comprometido com o respeito pelas populações locais e pelo meio ambiente.

Uma das alternativas a esse modelo é o turismo de base comunitária (TBC), cujo objetivo é criar e fortalecer um vínculo entre o visitante, o território e as comunidades que nele vivem tradicionalmente, mais ligado aos conceitos de ecoturismo e turismo cultural. Aqui, a cultura tradicional e a identidade de cada região são valorizadas. Além das populações se fortalecerem ao afirmarem seu modo de vida, a iniciativa amplia o conhecimento dos vistantes e promove trabalho e renda para os moradores. Frente a isso, o Observatório Litoral Sustentável, coordenado pelo Instituto Pólis em convênio com a Petrobras, procura fortalecer as comunidades tradicionais litorâneas e a conservação ambiental no Litoral Paulista.

Existem também outras modalidades de turismo sustentável, como trilhas, esportes aquáticos e diversas atividades culturais e gastronômicas que podem ser realizadas durante todo o ano, com respeito pelo meio ambiente e pelas riquezas naturais.

turismo de base comunitária

É o caso da Aldeia da Boa Vista, localizada no extremo norte de Ubatuba, cuja cultura tradicional envolve características como o idioma guarani, a religião própria, a agricultura em pequena escala e a produção de artesanato. O turista que visita a região participa do seguinte roteiro: roda de conversa, pintura corporal, visita à casa de reza, apresentação de dança e música, artesanato, gastronomia e banho de cachoeira. Assim, os próprios moradores apontam quais são os atrativos para os visitantes, estabelecendo limites do que pode ou não ser, por exemplo, comercializado e explorado.

Paralelamente, o Observatório Litoral Sustentável, junto com o Fórum de Economia Solidária da Baixada Sanpaul singertista, a Funai e outras organizações, iniciou esse ano o curso de Turismo de Base Comunitária na Baixada Santista, que irá se alongar entre junho e agosto. A aula inaugural teve a presença do economista e especialista Paul Singer, que em sua trajetória profissional e acadêmica cunhou o termo economia solidária. O objetivo é ajudar no fortalecimento das comunidades indígenas, caiçaras e tradicionais, levando essas populações para o centro das discussões sobre o TBC. Os vídeos das aulas do curso estão disponíveis no site do Observatório. Para acessar gratuitamente os vídeos do curso, clique aqui.

Para saber mais sobre as iniciativas no Litoral Norte, acesse as matérias sobre Turismo Sustentável do Observatório Litoral Sustentável. Já para ler sobre quais ações estão sendo realizadas na Baixada Santista, acesse as matérias sobre Turismo de Base Comunitária.

Conheça as iniciativas mapeadas pelo Observatório

Como um dos produtos desse projeto, nasceu o Mapa de Turismo Sustentável do Litoral Norte, o qual foi feito de forma participativa com a sociedade civil e poder público local, que traz informações como atrativos culturais e naturais, atividades econômicas, serviços, esportes, unidades de conservação e limites entre municípios.