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Gestão de resíduos sólidos no Chile pode inspirar soluções no Brasil

11/11/2010

 

Duas experiências chilenas na área de reaproveitamento de resíduos podem servir de referência para indicar novos rumos para os sistemas de coleta seletiva no Brasil. Especialistas e ativistas na área de resíduos sólidos – Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis e seu assessor, Abes-RS, Aspan, consultor do Ministério do Meio Ambiente e Instituto Pólis – visitaram o Chile com o objetivo de recolher elementos que sirvam de referência na construção de um sistema público de reaproveitamento e redução de resíduos.

Ponto de coleta seletiva no município de Vitacura

A visita foi promovida pela ABIVIDRO, com o intuito de abrir o debate com a sociedade civil organizada sobre a responsabilização do setor produtivo na gestão das embalagens pós-consumo produzidas e distribuídas pelas empresas, tal como está previsto no Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

Foram escolhidas duas experiências desenvolvidas na região metropolitana de Santiago do Chile. A primeira é um centro de coleta seletiva localizado no município de Vitacura, onde está disponível toda uma infraestrutura que proporciona à população a possibilidade de dar um destino correto aos materiais recicláveis domiciliares, e também aos restos de remédios vencidos, pilhas, eletrodomésticos e eletrônicos, entre outros.

A segunda experiência envolve a coleta seletiva de resíduos orgânicos e a produção de biodiesel a partir de óleo de cozinha descartado. O programa está sendo desenvolvido em um município de baixa renda também na região metropolitana de Santiago, La Pintana. A população do local participa depositando seus resíduos orgânicos em recipiente específico fornecido pelo serviço municipal de coleta. O programa mostrou até agora uma taxa de aproveitamento de 25% dos resíduos orgânicos produzidos e a utilização do composto (adubo) em parques e áreas verdes do município.

“A experiência da compostagem é uma referência muito importante para nós porque mostra que o sistema de reaproveitamento integral dos resíduos é viável por utilizar circuitos curtos de coleta de resíduos orgânicos e também por inverter a lógica convencional de coleta seletiva que prioriza os materiais secos descartados”, avaliou a coordenadora de Ambiente Urbano do Instituto Pólis, Elisabeth Grimberg.