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Juventudes nas Cidades: Hip Hop no Vagão
03/12/2020O Hip Hop no vagão nasceu no início de 2018 quando Bboys (dançarinos de Breaking) da periferia da zona leste de São Paulo se organizaram para fazer shows de dança dentro dos vagões dos metrôs e trens da cidade, com o objetivo de melhorar a situação financeira através das contribuições do público ao ver os shows.
Com o passar do tempo, os shows foram ficando cada vez mais elaborados e o grupo passou a receber muitos elogios do púbico dentro dos vagões e nas redes sociais. “Percebemos que nosso trabalho estava impactando as pessoas de forma grandiosa ao nos ver dançar. Conquistando atenções, sorrisos, elogios e agradecimentos por melhorar o humor e o dia de tanta gente”.
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Ser artista de metrô/rua não é pra qualquer um/a!
Entrar em um vagão quieto, cheio de gente cansada, preocupada, e por meio da dança, em um curto tempo de apresentação, melhorar o humor das pessoas. Esse é o desafio do Hip Hop no Vagão: “Chegamos de repente num vagão aleatório, sem aviso prévio, anunciando que vai rolar o melhor espetáculo de dança de rua da vida dessas pessoas. Dando um breve salve antes do show de dança com informações sobre o show e sempre interagindo com o público, roubamos a atenção da galera, colocamos música, e BUM! A magia da dança começa a acontecer. Bem ali, no mínimo espaço, rodeado de pessoas, aos olhos do público”, descrevem.
Os dançarinos executam movimentos de alto grau de risco e dificuldade, em um palco instável, que balança a todo momento e que está sujeito a frear a qualquer momento sem aviso prévio.
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“Já houve situações que fomos tirados da estação pela segurança. Mas isso não nos desanima, pois sabemos que estamos sujeitos a passar por isso. E nos motiva quando lembramos das palmas e sorrisos que recebemos após finalizar cada show. Por isso sempre que passamos por qualquer tipo de confusão, tentamos manter o respeito e humildade, e voltar a fazer show o mais breve possível”, contam.
E a pandemia?
O grupo conta que antes da pandemia, o instagram do Hip Hop do Vagão estava próximo de atingir 20 mil seguidores no Instagram. A maioria dessas pessoas assistiram nosso show pessoalmente: “ficamos ainda mais felizes por saber que já nos apresentamos para muito mais que 20 mil pessoas nesses dois anos e meio de trabalho em coletivo nos vagões”, ressaltam.
Na quarentena, o coletivo ficou 5 meses distantes dos vagões. Alguns membros puderam estar de quarentena, outros seguiram trabalhando em outras ocupações. Aos poucos, o grupo voltou a se apresentar nos vagões tomando todos cuidados possíveis, como máscaras durante a apresentação, e passando álcool em gel nas mãos após finalizar cada show. “Os nossos encontros e ensaios estão acontecendo nas estações de metrô do centro da cidade, para facilitar a dinâmica para todos, já que moramos cada um em uma quebrada diferente”, destacam.
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Este ano, o grupo também passou a acessar alguns editais públicos, para que consigam realizar planos de trabalho, e levar ações para os bairros de cada integrante, além de aprimorar os conhecimentos, práticas, aulas e apresentações. “Esperamos que logo a importância da arte seja reconhecida e valorizada. Para que possamos viver melhor fazendo o que gostamos e usar esse apoio para melhorar o nosso trabalho, que é focado na educação e nas oportunidades trabalho”, concluem.
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Sobre o projeto Juventudes nas Cidades
Juventudes nas Cidades é um ação conjunta envolvendo sete organizações da sociedade civil com o intuito de contribuir para o enfrentamento das desigualdades no espaço urbano, promover os direitos das juventudes e fortalecer a capacidade de jovens e coletivos de periferias urbanas e favelas de exercer seu “Direito à Cidade” e identificar alternativas de inclusão econômica. Saiba mais na página do projeto