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Pólis lança livro sobre Tecnologias Sociais e Políticas Públicas

18/11/2013

A publicação “Tecnologia Social e Políticas Públicas” é fruto de uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Pólis desde 2012 e baseia-se em experiências de tecnologias para a inclusão social e sua disseminação por meio de políticas públicas. Realizada em parceria com a Fundação Banco do Brasil (FBB) e com o o Grupo de Análise de Políticas de Inovação da Unicamp (Gapi/Unicamp), esta é uma coletânea de textos sobre experiências como cisternas e dessalinizadores voltados para promover a convivência com a seca, passando por soluções econômicas de saneamento rural, hortas urbanas, poupança comunitária, até a reciclagem de resíduos eletroeletrônicos com a participação de catadores, entre outras.

A versão eletrônica da publicação  foi lançada em Brasília, nessa segunda-feira (18), durante um encontro promovido pela FBB. O evento reuniu representantes das 30 tecnologias sociais finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013, além de especialistas sobre o tema  e entidades  parceiras, como o BNDES, a Unesco e a Secretaria Geral da Presidência da República.

ACESSE AQUI A VERSÃO DIGITAL DO LIVRO TECNOLOGIA SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
Silvio Caccia Bava, do Instituto Pólis, participou de uma mesa de debate junto à Claiton José Mello e Jefferson D’Avila de Oliveira, da FBB, Oswaldo Baptista Duarte Filho, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do professor titular da PUC e economista, Ladislau Dowbor.

Em seguida, foi realizado o lançamento da publicação, com a participação do pesquisador do Instituto Pólis, Adriano Borges Costa, que coordenou a pesquisa e é organizador da publicação. “A pesquisa foi realizada a partir de estudos de casos de políticas públicas que utilizam tecnologias simples, baratas e de fácil disseminação como forma de lidar com diversos problemas sociais que ainda existem no Brasil, como os problemas de saneamento, a escassez de água, os desmoronamentos e a inadequada gestão de resíduos sólidos urbanos”, disse Adriano.

De acordo com o pesquisador, “foram estudadas políticas públicas federais que estão mais estruturadas, como o Programa 1 Milhão de Cisternas, mas também iniciativas municipais e estaduais, bem como experiências da sociedade civil que não são políticas públicas, mas que possuem interface com ações estatais e apontam para possíveis políticas públicas”.

Além de textos que descrevem e analisam políticas e iniciativas baseadas em tecnologia social, a publicação traz o capítulo “Políticas públicas e tecnologia social: algumas lições das experiências em desenvolvimento no Brasil”, que analisa conjuntamente os casos e aponta para problemáticas comuns observadas na pesquisa.

Por fim, a publicação traz um texto de Renato Dagnino, professor da Unicamp, que analisa a trajetória de investimentos da FBB em ciência e tecnologia. Dagnino demonstra como a entidade altera sua estratégia de investimentos, que inicialmente se baseava em tecnologias duras e voltadas para a inovação empresarial, sendo que hoje sua atuação volta-se para tecnologias para a inclusão socioeconômica.

O que é Tecnologia Social?

A proposta da tecnologia social prevê empoderamento dos usuários na concepção e gestão de instrumentos e metodologias capazes de melhorar suas condições de vida. Este livro se propõe a debater a importância da participação, da gestão local e das organizações da sociedade civil na construção de políticas públicas voltadas para a reaplicação de tecnologia social.

Um exemplo são as cisternas de placas, para armazenamento de água da chuva no semiárido brasileiro. É uma metodologia simples, desenvolvida em interação com a comunidade e que há mais de 10 anos vem sendo reaplicada por entidades da sociedade civil para minimizar o problema da seca no Nordeste.