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Show na praça Roosevelt encerra as atividades do Festival Contra a Violência Policial

04/06/2014

Dexter, Leo Cavalcante, Max B.O., Aláfia e Mano Cobra sobem ao palco, a partir das 14h, neste sábado (7), para cantar e denunciar a violência policial. O show, que ocorre na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, é o encerramento do Festival Contra a Violência Policial, organizado pela campanha “Por que o senhor atirou em mim?”

Entre os dias 17 de maio e 07 de junho, foram realizadas cerca de 10 atividades, entre saraus, exibições de filmes e debates, em todas as regiões da cidade, que trouxeram à tona a discussão sobre a desmilitarização da Polícia Militar, a denúncia dos casos de violência policial nas periferias e os abusos cometidos nas periferias das grandes cidades, em especial contra os jovens negros.

Além do show, o evento contará com a projeção dos trabalhos artísticos ligados à temática da violência policial, selecionados pela ONG de direitos humanos Conectas.

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Confira a programação dos shows:

14h30 – Mano Cobra
15h30 – Leo Cavalcanti
17h – Aláfia
18h – Max B.O.
19h – Dexter
Sobre a campanha Por que o senhor atirou em mim?

“Por que o senhor atirou em mim?”, foi o que disse Douglas Rodrigues ao ser atingido no peito pela bala de um policial. Travestida de acidente, a violência policial é dirigida. Tem cor e endereço, assim como Douglas, são jovens negros e de periferias.

PELA DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA E PELO FIM DO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA E POBRE.

AS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO BRASIL TEM COR E ENDEREÇO: SÃO MAJORITARIAMENTE NEGROS, JOVENS, DE PERIFERIA

Em 2010, no Brasil, 49.932 pessoas foram vítimas de homicídio e 70,6% das vítimas eram negras. Desses quase 50 mil assassinados, 53,5% eram jovens de 15 a 29 anos e 74,6% dos jovens assassinados eram negros.

Só na cidade de São Paulo, 624 jovens foram vítimas de homicídio em 2011, 57% dos jovens assassinados eram negros e 98% das vítimas eram homens.

Os números de homicídios no Brasil são equivalentes a números de guerra. E se verificados a partir da variável racial, é possível afirmar que presenciamos um genocídio negro no Brasil.

A VIOLÊNCIA TAMBÉM TEM ORIGEM: A POLÍCIA

Em 2012, 1.890 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil, uma média de 5 mortes por dia.

A PM paulista mata mais que a polícia de todo os EUA.

70,1% da população não confia no trabalho das diversas polícias no Brasil.

Com o atual modelo de segurança pública, os estados gastam muito e de forma ineficiente. Investimentos mal planejados, duplicidade de funções e carreiras mal estruturadas compõem um quadro de crise da política de segurança pública no País e em São Paulo.

O INIMIGO É O OUTRO

A Polícia Militar é uma herança da ditadura militar.

A cultura militar traz consigo a ideia da guerra e de inimigo. Mas quem é o inimigo da policia, afinal?

A Polícia Militar age politicamente e perpetua a lógica que privilegia e protege a mesma elite que a criou há 400 anos. Preserva o patrimônio dos ricos e declara guerra aos pobres!

Só em São Paulo, em 2012, 546 pessoas foram mortas em decorrência de confronto com a Polícia Militar.

A MORTE DO JOVEM DOUGLAS

O jovem Douglas é apenas mais uma vítima. Levou um tiro “por acidente”. A tentativa da PM é enquadrar o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e diminuir a pena do policial. Contudo, há indícios claros que os procedimentos operacionais padrões foram desrespeitados e nesse caso é preciso que o caso seja considerado homicídio doloso, com intenção de matar, e que o PM seja punido com rigor. Não apenas o policial precisa ser punido, mas o Secretário de Segurança Pública e o Governador do Estado de São Paulo precisam ser responsabilizados, pois se trata de uma política de estado operada pelo seu braço armado.

Ao ser atingido, Douglas perguntou: “Por que o senhor atirou em mim”? E pensamos, por quê? Por que vocês atiram em nós? O chefe de estado faz a política, a direção ordena, o comando treina e a tropa obedece. Até quando?

PELA APROVAÇÃO DO PL 4771/2012

Em 2011, o número de mortes classificadas por autos de resistência apenas no Rio e em São Paulo foi 42,16% maior do que todas as execuções promovidas por 20 países em que há pena de morte.

O registro dos “Autos de Resistência” (morte em confronto com a polícia) com o objetivo de maquiar homicídios cometidos por policiais civis e militares é uma prática comum, conhecida e amplamente utilizada pelos serviços de segurança pública em todo o Brasil. Em tramitação em Brasília, o PL 4471/12 pode significar o fim da ‘licença para matar’, pois prevê a investigação das mortes e lesões corporais cometidas por policiais durante o trabalho. É um enorme avanço, mas não é o suficiente, já que os crimes serão investigados pela própria polícia!

PELA DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA:

Hoje, os militares não respondem como civis. Se cometem crimes, eles são submetidos a um tribunal especial, o Tribunal Militar.

A polícia brasileira é repressora e violenta. É uma instituição que cerceia direitos dos cidadãos – entre eles, o direito a circular e viver a cidade, e o direito à própria vida!

Uma polícia diferente é possível! Uma polícia democrática deve ser cidadã e garantir direitos!

E os próprios policiais concordam: 70% dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes da Polícia Militar são a favor da desmilitarização. Entre os oficiais, 54% são a favor de transformações do modelo atual.

PELO FIM DO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA E DE PERIFERIA! A FAVOR DA DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA – PORQUE O ESTADO NÃO PODE CONTINUAR MATANDO NOSSOS JOVENS!

Participam desta campanha:

Todos os artistas que gravaram voluntariamente

Mães de Maio

UNEAFRO – Brasil

Articulação Política das Juventudes Negras

Levante Popular da Juventude

Coletivo Arrua

Marcha Mundial de Mulheres

Quilombaque

Círculo Palmarino

Fórum em defesa da vida – Zona Sul

Comunidade Santos Mártires

TV Doc Capão

Associação Frida Kahlo

Instituto Brasileiro de Aliança Socio Ambiental

Projeto Batukai

Rede Ecumênica da Juventude

Bocada Forte Hip Hop

Campanha Eu Pareço Suspeito?

#PorQueoSenhorAtirouemMim