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três perguntas para o coletivo maloka filmes

27/08/2020

A luta pelo direito à cidade está em constante transformação e disputa. Este mês, vamos conversar com organizações e coletivos que atuam, cada um a sua maneira, por cidades mais justas.

coletivo maloka filmes

Transformar o território por meio do audiovisual feito de modo coletivo. Essa é a missão do Maloka Filmes, formado pelos cineastas Rosa Caldeira, Nayara Mendl e Wellington Amorim. Com atuação no extremo sul de São Paulo, o coletivo luta pelo direito à cidade a partir da arte, e da construção de novos imaginários. Confira nossa conversa!

1- O coletivo se define como malokeiros que produzem audiovisual periférico. Como essa ideia nasceu? Vocês podem contar um pouco de como surgiu este coletivo e qual o seu propósito ?

Nós sempre trabalhamos juntos por termos uma visão muito semelhante de propósito no audiovisual, e aí o coletivo foi se formando muito naturalmente. Atuamos a partir de cineclubes comunitários, contribuindo com a distribuição de filmes nas periferias, de produção cultural e eventos nas quebradas, e também a partir da realização audiovisual. Todos nossos projetos surgem da coletividade e de processos semelhantes que passamos em nossas vidas e visões artísticas. Estreamos nosso primeiro longa-metragem em 2020 no Festival de Tiradentes, o documentário Raízes, e estamos em processo de distribuição do nosso mais recente trabalho, o curta-metragem premiado Perifericu.

Realizamos audiovisual comunitário nas periferias de São Paulo, uma forma de produção que transforma o território e moradores em cúmplices do processo de filmagem. Acreditamos na coletividade favelada como tecnologia social de transformação da sociedade.

 

 

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2- Pensando na narrativa que o coletivo traz de dar visibilidades, a periferia e as minorias, qual a cidade do futuro vocês sonham para os jovens que fazem cultura na quebrada?

Acreditamos numa cidade do futuro que seja pautada principalmente pelo presente. Queremos transformar o agora da periferia a partir de ações que fortalecem a urgência da sobrevivência imediata na quebrada mas que também dialogam com imaginários e contradições do presente das favelas. O primeiro princípio para poder acessar a cidade é estar vivo. Queremos uma periferia viva, diversa, ativa e participativa.

 

3 – Quais filmes vocês indicariam para quem se interessa pelo direito à cidade ? Porquê?

Filmes da comunidade LGBT, preta e favelada, porque direito a cidade tem relação com possibilidades de existência, da periferia LGBT enquanto um lugar possível para além da nossa sobrevivência, como por exemplo  Bixa travesty, Perifericu, a série Pose entre outros.