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[VÍDEO] Redemocratizar para desmilitarizar

23/09/2016

Assista ao vídeo em que membros do Instituto Pólis trazem relatos de repressão nas manifestações

Uma vez Luiz Eduardo Soares, doutor em antropologia, filosofia e ciência política, afirmou que a Polícia Militar é “a pata da ditadura plantada com suas garras no coração da democracia”. Nas últimas manifestações contra o governo de Michel Temer, a Polícia Militar do Estado de São Paulo não mediu esforços para reprimir a população que foi às ruas.

Bombas de efeito moral, pancadas com cassetete, spray de pimenta, empurrões, balas de borracha e detenções arbitrárias. Uma reação desproporcional que reflete a criminalização dos movimentos sociais sob uma cobertura midiática distorcida, onde a baderna e o medo são usados como pretextos para cercear o direito à livre expressão e manifestação. Todo o aparato de controle e repressão do Estado vem ao centro da cidade, onde ganha destaque. Mas sempre esteve nas periferias, com um recorte ideológico explícito e uma cultura de guerra contra a população negra e pobre.

Segundo o jornalista André Caramante, da Ponte Jornalismo, de 1995 a 2015, cerca de 11.909 pessoas foram assassinadas pela PM no Estado de São Paulo. Nos registros, os policiais militares apareciam como vítimas, já as pessoas mortas, como bandidos. A cada dois dias, 3 pessoas são mortas pela PM no estado de São Paulo. Entre 2009 e 2011, a maior parte  das pessoas assassinadas eram negras e jovens. Em 2011, 50% dos homicídios se concentraram nas periferias de São Paulo, como nos distritos de São Miguel, Sapopemba, Jardim São Luís e Ermelino Matarazzo.

Para profissionais dos Direitos Humanos, a resposta da sociedade civil é ocupar os espaços, ir às ruas e mostrar a pluralidade de vozes que pedem a desmilitarização da atuação policial, que ainda carrega um ranço ditatorial do qual a redemocratização não conseguiu se desfazer. Devemos lutar por um novo modelo de política de segurança, que proteja a cidadania e garantia de direitos.

Assista ao vídeo em que membros do Instituto Pólis se posicionam a favor da desmilitarização da polícia: