Partindo da importância da participação popular na formulação de metodologias de enfrentamento aos riscos climáticos, o Instituto Pólis, em parceria de fomento com o CAU/BR, tem como propósito elaborar o Plano Comunitário de Defesa Civil e Adaptação à Crise Climática da comunidade caiçara de Ponta Negra (RJ).
sobre o projeto
depoimentos sobre o projeto
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etapa 1 concluída
As atividades da Etapa 1 visam a apresentação do projeto à comunidade caiçara da Ponta Negra e aos(às) profissionais interessados(as) no acompanhamento do projeto, e a elaboração dos produtos necessários para a construção do Plano Comunitário de Defesa Civil.
Foi realizado o lançamento do projeto no Cinema da Praça e três idas a campo para a construção e discussão coletiva do Mapa de Suscetibilidade, do Mapa de Risco e da definição das medidas de proteção, monitoramento e comunicação.
ações do projeto
Ao final desta primeira etapa, o Plano Comunitário de Defesa Civil foi concluído e ele contém:
- Mapa de Suscetibilidade: a partir da análise de mapas geológicos, imagens de satélite e de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) e demais dados secundários do meio físico foi realizado o mapeamento de suscetibilidade a inundações e movimentos de massa. O mapeamento foi coproduzido pela equipe técnica do projeto junto aos moradores da comunidade a fim de identificar as áreas de maior suscetibilidade e, ao mesmo tempo, as residências que acumulavam vulnerabilidades – e.g. física, natural, estrutural etc.
- Mapa de Risco: com base no mapa de suscetibilidade e a identificação das moradias com maior vulnerabilidade (precariedade construtiva, pessoas com deficiência, pessoas idosas, pessoas com dificuldade de locomoção) foi construído o mapa de risco.
- Medidas de alerta e monitoramento: os moradores em áreas de maior risco foram capacitados a identificar e monitorar sinais do meio físico – como a busca por: rachaduras e trincas no solo; árvores, muros ou postes inclinados; rachaduras ou trincas na casa; água com mais barro do que o normal; estalos e ruídos nas rochas; e o descalçamento das casas ou das rochas, especialmente nos setores de risco em que há fluxos de córregos e ocorrência de inundações e enxurradas. Além disso, foram definidas medidas de alerta e monitoramento das chuvas, já que esta é uma atividade indispensável para o aumento da capacidade de resposta da comunidade. Por conta da disponibilidade limitada de recursos, foram confeccionados e instalados pluviômetros artesanais em diferentes pontos da comunidade. Para esta atividade, contamos com o apoio do Programa CEMADEN Educação que realizou uma oficina de monitoramento participativo de chuvas a partir de pluviômetros de garrafa pet.
- Ações de proteção e refúgio: a fim de identificar locais seguros para evacuação, houve a definição da escola como refúgio para momentos críticos até que outra alternativa mais adequada seja implantada e das aquisições necessárias para equipar o abrigo (mantimentos, gerador, placas solares, etc).
- Protocolos de comunicação: foram identificados interlocutores para estabelecer os canais, formatos e conteúdos da mensagem de alerta, estratégia de comunicação de riscos baseada na comunidade e adaptada para cenários muito adversos.
etapa 2 concluída
As atividades realizadas nesta etapa compreendem a consolidação das medidas definidas no Plano Comunitário de Defesa Civil em formato de cartilha e outros materiais impressos para consulta. Além disso, foi elaborado o Plano de Adaptação Climática, construído em conjunto da comunidade caiçara para estabelecer diretrizes e demandas de intervenção quanto às rotas de fuga, ao abrigo, ao saneamento ambiental e ao acesso à energia elétrica.
Para a continuidade do projeto, as atividades previstas contarão com apoio e participação de outras instituições que já atuam no território, à exemplo do ICMBio e INEA/RJ.
ações do projeto
etapa 3 concluída
As atividades realizadas nesta etapa consistiram na sistematização da metodologia aplicada ao longo do projeto e na capacitação de profissionais da arquitetura e urbanismo e de outras áreas correlatas. O material consolidado subsidiou o curso Enfrentamento dos eventos climáticos extremos: metodologias de mapeamento e gestão comunitária de riscos, oferecido gratuitamente pela Escola da Cidadania. Durante os cinco encontros virtuais, apresentamos e discutimos a importância da participação popular no processo de enfrentamento dos riscos climáticos, utilizando como referência a experiência de Ponta Negra.
confira o conteúdo do curso
equipe do projeto