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Créditos da imagem: Le Monde Diplomatique Brasil
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VILA BUARQUE ABERTA #PRIMEIRA AÇÃO
São várias as iniciativas em São Paulo que buscam valorizar os espaços públicos a partir da perspectiva das pessoas. A diversidade das formas de se viver se manifesta, ao mesmo tempo, em confluências e conflitos. No cotidiano a rua é o lugar do carro. Para experimentar e debater outras formas de uso, um conjunto de atores da Vila Buarque organizaram a abertura de duas ruas (General Jardim e Bento Freitas) do bairro, uma série de atividades que visam refletir e atuar sobre a vida no bairro, suas histórias, realidades e perspectivas.
Teremos shows em comemoração ao dia da música, mapeamento coletivo, rodas de conversa sobre o bairro, sobre direito à cidade e agricultura urbana, oficinas para crianças, filmes, teatro, espaço para arrumar sua bicicleta, atividades físicas, entre outras ações. Totalmente gratuíto!
Essa será só a primeira de muitas outras que esperamos fazer para vivenciar e conversar sobre uma outra cultura urbana que vá na direção de uma cidade mais humana.
PROGRAMAÇÃO: 08h00 às 20h00
### NA RUA: Bentro Freitas com General Jardim – Gratuito
08h00 às 15h00
FEIRA AGROECOLÓGICA com produtores que fornecem ao Instituto Feira Livre.
11h00 às 16h00
MAPEAMENTO COLETIVO da República, Vila Buarque e Santa Cecília
11h30 às 13h30
ATIVIDADE FÍSICA: funcional para todas idades, atividade lúdica para crianças e atividade leve para idosos. Com a equipe Team Bovera de preparação física.
12h00 às 13h00
RODA DE CHORO DE MULHERES: Camila Silva e Grupo Vertentes
13h00 às 14h00 (no palco)
JazzBB COM BRASILEIRINHOS: música para os bichos do Brasil por Paulo Bira
Palco RISCO dia da Música:
15h00 – Maria Beraldo
16h20 – Música de Selvagem
17h40 – Sessa
19h00 – Luiza Lian
15h00 às 16h00
OFICINA DE INSTRUMENTOS PARA CRIANÇAS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS para tocarem junto com o bloco Cecília e os Buarques. Atividade na rua.
16h00 às 16h30
APRESENTAÇÃO BLOCO CECÍLIA E OS BUARQUES, com a participação da bateria e desfile dos bonecos de Olinda. Atividade na rua.
### DENTRO: Gratuito
14h00 ou 16h00 (a confirmar)
OFICINA COM JANAÍNA RUEDA (Casa do Porco, Dona Onça e Hot Pork), sobre o projeto ‘Cozinheiros Pela Educação’ que vem transformando a alimentação das merendas escolares do estado de São Paulo. Em sua aula, a chef também ensinará uma das receitas do projeto: o Cuscuz Vegetariano. ___ no Instituto de Arquitetos do Brasil (Rua Bento Freitas 306)
15h00
FILME ‘OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM’ em comemoração aos 5 anos de Junho de 2013, seguido de debate com produtores. Ação em parceria com o Le Monde Diplomatique. ___ na Aliança Francesa (Rua General Jardim, 182)
15h30
HORTELÕES URBANOS: membros do grupo compartilham as experiências de cultivar em áreas públicas da cidade. ___ no Instituto Feira Livre (Rua Major Sertório, 229)
16h30 às 18h00
RODA DE CONVERSA SOBRE DIREITO À CIDADE, com ênfase em sexualidade, gênero, prostituição de rua, direitos humanos e os territórios na República, Vila Buarque e Santa Cecília com base nos resultados do mapeamento coletivo. ___ no Instituto Polis (Rua Araújo, 124)
17h00
QUEM PRODUZ ALIMENTOS EM SÃO PAULO? Conversa sobre a produção agrícola em escala dentro da cidade de São Paulo e a experiência da agricultura urbana. ___ no Instituto Feira Livre (Rua Major Sertório, 229)
18h30
PANCS – PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS. Conversa sobre as muitas plantas que encontramos nas ruas e parques da cidade e que servem de alimento, mas que deixaram de ser comercializadas. ___ no Instituto Feira Livre (Rua Major Sertório, 229)
21h00
PEÇA VENUS EX LIBRIS. Dramaturgia: Criação Coletiva. Direção: Luiz Fernando Marques. Um homem, uma mulher, o livro “Vênus em Pele” de Masoch, a tela de Ticiano – Vênus ao espelho, dois goles de café e um casaco de pele: elementos de uma mesma cena, figuras de uma possível fantasia. Ele e Ela imersos em um território desconhecido, no limiar da dor e do prazer e, ainda que excitante, revelador de conteúdos obscuros que podem transbordar para além daquela sala de uma grande metrópole em um dia de tempestade. Pague quanto puder. Reserve seu ingresso no site: https://www.sympla.com.br/venus-ex-libris—espetaculo__295107. ___ no Instituto de Arquitetos do Brasil (Rua Bento Freitas, 306)
23h59
PEÇA VENUS EX LIBRIS. Segunda exibição no IAB.
### Patrocínio:
OGGI Bikes
Kenda
Dia da Música
Z DELI Sandwiches
Lanchonete da Cidade
J.K – Bar do Alemão
### Realização:
IAB SP – Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo (IABsp)
CoCidade
Selo RISCO
Le Monde Diplomatique Brasil
Instituto Pólis
Aliança Francesa
Instituto Feira Livre
A Casa do Porco Bar
Ação Educativa
JazzB
Alguns locais terão atividades normais após o evento, essas ações não fazem parte da Vila Buarque Aberta e por isso não serão gratuitos:
22h
André Mehmari Trio (R$ 45)
Um dos grandes pianistas da atualidade André Mehmari segue nesta temporada no JazzB trazendo seu trio ao lado de Neymar Dias (contrabaixo) e Sérgio Reze (bateria). Nesta clássica formação de jazz, liderado por Mehmari, o trio apresenta repertório de composições próprias e recriações de clássicos do jazz e da música brasileira com muito lirismo e virtuosidade. Ingressos antecipados: https://goo.gl/EqmjF1 ____ no JazzB (Rua General Jardim, 43)
Alô juventude paulistana! Já estão abertas as inscrições para o programa Jovem Monitor Cultural!
As inscrições devem ser feitas neste site http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/projeto/3879/ até o dia 24 de maio!
Podem se inscrever os jovens que:
I. Tenham completado o ensino médio;
II. Residam no Município de São Paulo há, pelo menos, 1 (um) ano;
III. Tenham idade entre 18 (dezoito) e 29 (vinte e nove) anos;
IV. Pertençam, preferencialmente, à família de baixa renda
Observatório Cidadão permite analisar indicadores sociais de diferentes regiões de São Paulo
No Itaim Paulista, a taxa de mulheres internadas por agressão é maior do que, por exemplo, na Vila Mariana. Em Perdizes a taxa de homicídio juvenil é menor do que no Campo Limpo. Essas e outras informações podem ser lidas através dos indicadores reunidos na plataforma do Observatório Cidadão, desenvolvida pela Rede Nossa São Paulo.
Foram elaborados mais de 100 indicadores sociais, ambientais, econômicos, políticos e culturais sobre a cidade de São Paulo e suas 32 subprefeituras, que oferecem um panorama sobre a situação de cada região e permite realizar algumas comparações. Alguns dos dados fazem parte do Mapa da Desigualdade, também realizado pela Rede Nossa SP. Este revela, por exemplo, que a possibilidade um jovem ser vítima de homicídio no Campo Limpo é 16 vezes maior do que na Vila Mariana. Já entre o distrito de Marsilac e Moema, o risco é 42 vezes maior no primeiro.
O indicador sobre agressão contra a mulher, do Observatório Cidadão, é feito da seguinte maneira: o número de internações de mulheres, entre 20 e 59 anos, causadas por possíveis agressões, dividido pela população total de mulheres nessa faixa etária, então o valor multiplica-se por 10000. Quanto maior o índice, mais agressões às mulheres naquela região. Em 2015, Itaim Paulista apresentou um indicador de 16,83, enquanto Vila Mariana, 0,174.
A mesma lógica segue o indicador sobre homicídios de homens jovens. Porém, a faixa etária analisada aqui é entre 15 e 29 anos. No Campo Limpo, o índice apresentado foi de 10,44, enquanto em Perdizes, 0,779, isso em 2014.
O Observatório traz também indicadores como número de leitos hospitalares, áreas verdes e renda média, dentre diversos outros.
Clique aqui para acessar gratuitamente o Observatório Cidadão
Imagem destacada: Tuca Vieira
Galáxias – Olhares sobre o Brasil é uma série de doze episódios, em que 15 convidados debatem temas da atualidade. É uma realização do SescTV em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB), que disponibilizou seu acervo para pesquisas e imagens de obras de arte.
Dentre os participantes da série na TV estão pensadores, acadêmicos, cientistas, escritores e artistas como: Ailton Krenak, Antonio Risério, Daniel Melim, Eduardo Viveiros de Castro, Emicida, Francisco Bosco, Jaime Amorim, Jessé Souza, José Miguel Winisk, Kleber Mendonça Filho, Luis Carlos Bresser Pereira, Mário Magalhães, Mayana Zatz, Moacir dos Anjos, Paulo Mendes da Rocha.
O programa, dirigido por Isa Grinspum Ferraz (série O Povo Brasileiro e documentário Marighella), gerou também um ciclo de debates, realizado no CPF, em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB).
O ciclo consiste em 13 encontros com duas horas de duração, realizados às quartas-feiras, às 19h30, e aos sábados, às 10h30, com entrada gratuita, de 4/11 a 19/12. Cada encontro terá a exibição de um episódio da série. Em seguida, haverá um bate papo com o público sobre o tema, tendo como mediador um professor do IEB. Dentre os temas abordados estão cidades, mídia, meio ambiente e educação.
Confira mais informações sobre o encontro.
Os episódios da série também estão disponíveis na íntegra no canal do SescTV no Youtube.
O Instituto Pólis prorroga o prazo para o recebimento de propostas de empresas que forneçam implantação de tecnologia para contabilizar downloads realizados pelo público que acessa o site para o dia 14 de dezembro. A empresa contratada será notificada até o dia 21 de dezembro e dará início ao projeto em janeiro de 2016.
A proposta deve ser enviada para o e-mail contato@polis.org.br com o Assunto “EDITAL CONTADOR DE DOWNLOADS”.
Saiba mais sobre a contratação no edital.
de Pontão Convivência e Cultura de Paz
Localizado no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, o teatro Décio de Almeida Prado recebeu os/as jovens para mais uma formação do Programa Jovem Monitor Cultural, no dia 13 de julho. Além de introduzir o eixo de Linguagem Audiovisual e Cinema, a formação discutiu os direitos das juventudes em comemoração aos 25 anos da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
No período da manhã estiveram presentes Rafael Costa e Caio Valiengo, da coordenação de Políticas para Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) de São Paulo. A partir da exibição do curta-metragem “RUA! Microrroteiros”, dirigido por Tata Amaral e Caru Alves de Souza, foi iniciado um debate sobre ocupação dos espaços públicos, direitos das juventudes e novas formas de representação política.
De acordo com Caio, a atual gestão da Prefeitura busca fomentar a circulação pela cidade com a ideia de que os espaços públicos devem ser ocupados, seja no centro ou nas periferias. “Existe uma percepção muito estabelecida na sociedade de tirar os jovens da rua. Entendemos que existe uma série de trajetórias de vida que são muito diferentes, que separam e ao mesmo tempo unem as pessoas. A juventude deve, sim, ocupar a rua para fazer política, para fazer arte, para se relacionar afetivamente da forma que achar melhor”.
Valiengo também apresentou o Portal da Juventude, iniciativa da SMDHC que pretende “contar uma série de narrativas dos jovens e das jovens da cidade”. Lançado em agosto deste ano, o site não se propõe a ser apenas uma ferramenta institucional do governo. “Queremos que a juventude se aproprie do portal e também das oportunidades que a cidade de São Paulo oferece, ou então denunciem as oportunidades que a cidade não oferece. Queremos que a juventude se aproprie desse espaço cibernético para que ele também se transforme na sua rua, em seu território, em seu bairro”, explica.
Assista o vídeo da formação:
https://www.youtube.com/watch?v=NZXbMVL8XOI
O Instituto Pólis tem o prazer de convidar a todas e todos para participarem do evento Diálogos Culturais – Plano de Cultura e Direito à Cidade: Transformar a diversidade em cidade
Quando? 25 de junho, quinta-feira, das 18:30 às 22h
Café de abertura às 18h
Onde? Instituto Pólis – Rua Araújo, 124, Vila Buarque, Centro, próximo ao metrô da República.
Entrada franca!
Não deixe de participar, faça sua inscrição no e-mail luciana@polis.org.br e confirme presença no evento!
Já está disponível para download a revista produzida pelos/as jovens do Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC) desenvolvido pelo Instituto Pólis. Fruto de um trabalho em conjunto entre a equipe do Instituto Pólis e a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a publicação é resultado de uma série de formações sobre Direito à Comunicação, Democratização da Mídia e Jornalismo Social e Comunitário. Para baixá-la, clique aqui.
Os/as jovens elaboraram pautas jornalísticas a partir das orientações dos jornalistas Thiago Borges, do site Periferia em Movimento, Marina Lopes, correspondente do Blog Mural, e Leandro Fonseca, assessor de comunicação do PJMC no instituto.
As pautas foram desenvolvidas e transformadas em matérias jornalísticas, cujos temas estão relacionados aos equipamentos e territórios onde atuam os/as monitores/as.
Os exemplares físicos podem ser adquiridos gratuitamente no Instituto Pólis (Rua Araújo, 124 – Vila Buarque), na Ação Educativa (Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque), na recepção da Galeria Olido (Avenida São João, 473 – Centro) ou no Centro Cultural da Juventude (Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641 – Vila Nova Cachoeirinha).
Toda a diagramação da revista foi realizada pela jovem monitora Lisa Coelho, da Divisão de Programação do Departamento de Expansão Cultural (DEC), e pelo designer gráfico do DEC Fábio Carvalho.
“A revistinha vem pra somar aí com a nossa força”
A jovem monitora da Divisão de Programação do DEC, Letícia Rizzo, participou da elaboração das entrevistas da matéria “Da Vitrine à Paissandú”. A matéria traça um perfil da Vitrine da Dança, Sala Olido e Sala Paissandú da Galeria Olido a partir de entrevistas realizadas com gestores/as desses espaços.
“Achei bem bacana participar. Por mais que eu já tenha feito algumas entrevistas, já que faço jornalismo, essas foram diferentes porque tenho contato direto com os entrevistados. Eles trabalham comigo, então é um pouco estranho entrevistá-los ou mesmo elaborar perguntas para eles”, disse Letícia Rizzo.
Para a jovem monitora, que também é estudante de jornalismo, o trabalho funcionou como um espaço para praticar os conteúdos teóricos da faculdade. Além disso, serviu para entender o funcionamento do equipamento em que atua. “Por mais que eu acompanhe, já que atuo lá, é legal quando as coisas são esclarecidas, como eles fizeram, explicando tudo”, conta.
Já para o jovem monitor Rafael Fialho, que atua no Centro Cultural da Penha (CCP), o trabalho possibilitou o grupo conhecer espaços de cultura e convivência no território. Ele diz, também, que a publicação pode dar maior visibilidade aos temas abordados nas matérias. “Acredito que a publicação em si é algo muito bom. Ter registros das nossas produções é uma maneira de deixar um legado para a continuidade do Programa”, afirma.
Rafael e a jovem monitora Jéssica Inácio da Costa escreveram a matéria “Feira cultural Pueblo Andino: Espaço de convivência e resgate cultural”, que fala sobre essa feira realizada pela comunidade boliviana no bairro da Penha, zona leste de São Paulo.
A jovem monitora do Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes (CFCCT), Camila Araújo, junto ao jovem monitor Daniel Claudino, elaborou a entrevista com a arquiteta e artista plástica Natália Scromov Espada, que tem como uma das principais fontes de inspiração o bairro da Penha.
“O constante exercício da escrita e da leitura que tive que fazer para realizar a entrevista é importante, pois aumenta o repertório de conhecimentos e dá embasamento para a fala e no trato com as pessoas”, afirma a monitora.
Essa experiência a permitiu conhecer, também, outros elementos artísticos como arquitetura, arte visual e poesia voltada ao contexto urbano. “Não sabia como estas coisas poderiam se mesclar tão bem, de maneira a trazer à tona aspectos sobre a cultura boliviana. Isso te dá várias ideias de como intercambiar diferentes linguagens artísticas e culturas em projetos”, comenta.
“Foi uma boa experiência, mas ficaria satisfeito se fosse a primeira de muitas. Como todo bom aprendizado, eu levarei por toda minha caminhada”, contou o jovem monitor Elias Gehrti, que atua no teatro Zanoni Ferrite. Ele escreveu a matéria “Sarau Estrela do Norte”, sobre a ocupação de um coletivo de moradores em uma praça no bairro Patriarca, na zona leste. “Gosto quando a oportunidade de se expressar surge”.
Atuante no teatro Leopoldo Fróes, o jovem monitor Igor Valentin é um dos colaboradores da matéria “Cadeiras vazias em teatros”, que aborda os desafios da formação de público em alguns teatros distritais da zona sul. Ele diz que o exercício da escrita é muito importante, seja para produzir uma matéria jornalística ou trabalho acadêmico, e que o trabalho do grupo pode abrir caminhos para a reflexão sobre o papel dos equipamentos públicos nos territórios. “Essa reflexão, em minha opinião, tem que partir de todos, gestores, funcionários, jovens monitores e etc”, pontua.
Shayanny de Sá, que atua no teatro Leopoldo Fróes, também colaborou com essa matéria. Para ela, participar da atividade despertou em si a vontade de escrever mais. “Acredito na importância de divulgar e levantar dados, opiniões e informações sobre os equipamentos, eventos e assuntos culturais da cidade. Me senti colaborando positivamente no fomento da cultura e da cidade”.
“Gostei de ver que a voz dos jovens monitores está sendo ouvida e registrada. Eu acho que esse programa é revolucionário, porque ele de fato afeta a dinâmica dos equipamentos, no bom sentido. Traz novas perspectivas de se fazer política pública, mexe com as zonas de conforto. Então a revistinha vem pra somar aí com a nossa força”, completa Igor.
O Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC), desenvolvido pelo Instituto Pólis, deu prosseguimento ao eixo de Juventudes e Direito à Comunicação no dia 23 de março recebendo em sua formação teórica jornalistas para discutirem temas como mídia e gênero e democratização dos meios de comunicação.
No período da manhã, estiveram presentes as jornalistas Terezinha Vicente, da Rede Mulher e Mídia e da Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, e Juliana Gonçalves, do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT) e integrante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (COJIRA).
Terezinha iniciou o encontro mostrando como se constituíram na cultura hegemônica o poder da informação e a opressão das mulheres, apresentando os contextos históricos do direito à comunicação e de como as mulheres foram enxergadas em determinados períodos da história. Foi feito, também, um resgate do movimento feminista e de como os meios de comunicação retratam as mulheres.
Nas telenovelas, Terezinha identificou que as personagens “heroínas” são retratadas sob aspectos de maternidade, família, religiosidade e sacrifício. Enquanto as retratadas como pessoas de sexualidade livre, são as “vilãs”, que têm como destino na trama a morte, a solidão ou a “loucura”. Já nas propagandas, existe uma beleza única. São apresentadas somente mulheres que refletem o padrão de beleza eurocêntrico dominante: brancas e magras, geralmente heterossexuais. Terezinha citou as propagandas de cerveja como exemplo da mídia para hiperssexualizar o corpo feminino.
“Gostaríamos que nossa televisão mostrasse mulheres de todos os tipos, de todas as orientações sexuais, que mostrasse mais nossa mulher real”, afirma.
Juliana Gonçalves conversou com os/as jovens sobre a construção da mulher negra na mídia de massa. Segundo ela, a mídia não adota uma perspectiva de raça, etnia e gênero. “Ela [a mídia] invisibiliza de forma sistemática a contribuição e a participação das mulheres, em especial das negras, indígenas, lésbicas e transexuais. Isso se dá por uma combinação de fatores como racismo, sexismo e etnocentrismo”.
De acordo com Juliana, a mulher negra retratada hoje pela mídia segue estereótipos historicamente construídos e se limita ao imaginário exótico. Ela identifica alguns perfis pejorativos: a “mulata” (termo derivado da palavra “mula”), cuja sexualidade é exacerbada; a “mãe preta”, sempre disponível para servir; e a “barraqueira”, que resolve os conflitos na força e não usa o intelecto. “Esses estereótipos acabam limitando o lugar social da mulher negra”, disse.
Juliana, que também participa do Núcleo Impulsor do Estado de São Paulo da Marcha das Mulheres Negras, falou sobre a Marcha das Mulheres Negras 2015 que será realizada no dia 18 de novembro, em Brasília. “Essa marcha pretende unir a mulher negra e pautar toda nossa trajetória de resistência e ancestralidade”.
Em seguida, Terezinha e Juliana desenvolveram uma atividade com os/as jovens monitores/as na qual puderam dizer como se viam representados/as pela mídia e como gostariam que fosse essa representação.
Exercitando o diálogo
Michelle Prazeres, mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), doutora em Educação (FE-USP) e integrante do grupo Intervozes, esteve no período da tarde com os/as jovens e desenvolveu uma atividade de espectograma para mapear os hábitos de consumo e de produção de informação/comunicação. “Tentamos entender com que frequência eles [jovens] acessam os meios de comunicação pra se informar e se comunicar”.
A jornalista, que também é professora da Faculdade Cásper Líbero, falou sobre a construção do direito à comunicação e sobre a diferença entre liberdade de expressão, direito à comunicação e democratização dos meios.
“Se tivesse que construir uma escala, eu diria que a liberdade está ligada mais aos direitos individuais, a liberdade de se expressar. Quando falamos em democratização, falamos em acesso pra todo mundo. E quando falamos em direito, falamos em o Estado garantir que a sociedade reivindique”, explica.
Após um debate, Michelle conduziu uma dinâmica com base numa metodologia de tribunal, onde os/as jovens foram divididos em grupos (acusação, defesa e júri) e, a partir de dois casos de violação de direitos humanos na mídia, puderam expor seus argumentos, que foram levados para uma roda de conversa para que fosse exercitado o diálogo.
“Queríamos que eles [jovens] chegassem à conclusão de que é muito importante estar aberto ao argumento e ao lugar do outro, ainda que precisemos disso para reafirmar a nossa posição nesse processo tão importante hoje em dia, e que sempre foi, que é o de estabelecer diálogos, principalmente quando falamos sobre direitos”, finaliza.
Confiram vídeo da atividade: