Programação I Encontro Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
ENCONTRO NACIONAL DE SEGURANCA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO CONTEXTO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROGRAMAÇÃO
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ENCONTRO NACIONAL DE SEGURANCA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO CONTEXTO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROGRAMAÇÃO
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No dia 7 de junho o Pólis sediou encontro internacional com cerca de 50 pessoas de diversas redes e entidades ambientalistas, entre elas Rede GAIA (Aliança Global para Alternativas à incineração) e MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis), para elaborar estratégias de ação no combate a instalação das incineradoras de lixo.
O grupo definiu duas diretrizes de ação: criar uma coalizão nacional anti-incineração de resíduos e começar o processo de mobilização em São Bernardo do Campo.
Segundo a coordenadora da Área de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis, Elisabeth Grimberg, “a ação em São Bernardo do Campo é para ser emblemática no sentido de impedir o avanço deste processo em São Paulo e no Brasil, e garantir a instalação de sistemas de recuperação integral de resíduos com participação dos catadores”.
Existem outros municípios com processo semelhante, tais como São José dos Campos, Lorena, Barueri, Ferraz de Vasconcelos e Assis.
Leia o material abaixo do MNCR sobre o ato em São Bernardo do Campo:
GRITO CONTRA A INCINERAÇÃO DO LIXO
fonte: http://www.mncr.org.br/box_2/blogsudeste/grito-contra-a-incineracao-do-lixo-e-promovido-em-s-bernardo-do-campo
dia 21, as 09:00h – praça da Matriz em São Bernardo do Campo.
Catadoras de materiais reutilizáveis e recicláveis ajuizarão AÇÃO POPULAR AMBIENTAL, contra incineração do lixo. Das 690 toneladas/dia de lixo geradas em SBC, o governo do PT de São Bernardo do Campo, propõe incinerar, no mínimo, 650 toneladas/dia, em benefício da indústria da incineração altamente poluidora.
O projeto vai contra a logística reversa prevista na Política Nacional de Resíduos que consiste em:
“Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.”
Igualmente, o projeto é contra o “dever e ordem de prioridade” previsto no artigo 9º da Lei Federal de Resíduos Sólidos, sendo:
“Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.”
Com a Ação Popular, as Catadoras visam garantir a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, como instrumentos que viabilizam a logística reversa dos resíduos.
São contra o projeto do Sistema de Processamento e Aproveitamento de Resíduos e Unidade de Recuperação de Energia – SPAR-URE- SBC. Trata-se de usina de incineração, atividade industrial questionada por promover impactos sócio-ambientais negativos.
As Catadoras alertam ser a incineração processo complexo, de custo elevado, altamente poluidor, produz resíduos na forma de cinzas e escórias altamente contaminados, alem de ser fontes dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), tais como dioxinas, furanos, metais pesados, gases ácidos, particulados e gases relacionados ao efeito estufa.
Projeto visa instalar um incinerador nas margens da represa Billings, na área do antigo lixão, em que os municípios de SBC e Diadema são condenados por Ação Civil Pública, em fase de execução, para recuperar a área
Lei Específica da Billings proíbe esse tipo de atividade no manancial
A Lei Estadual, nº 13.579/2009 – Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings – APRM-B, veda em seu Art. 41, II e III, a implantação e ampliação de atividades que emitam poluentes orgânicos persistentes e, no parágrafo único do Artigo 42, da mesma, veda a disposição de resíduos sólidos domésticos provenientes de fora da área da Bacia da Billings.
Contatos das Catadoras Autoras da Ação Popular e advogado:
Francisca Maria Lima Araújo – Tel. 60463014
Maria Mônica da Silva – Tel. 6262.7077 e 2668.2041
Advogado – Virgílio Alcides de Farias – 9666.5593 e 4474.0781
Especialista em Direito Ambiental
A ABONG, Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, em parceria com a Articulação D3, realizou nos dias 19 e 20 de julho, em São Paulo, evento sobre a sustentabilidade das organizações da sociedade civil.
Os Fundos Independentes e o Marco Regulatório foi o tema do primeiro dia de debate. Foram apresentados as políticas e mecanismos de apoio dos Fundos Independentes às organizações sociais. Os Fundos contam com apoio da plataforma política D3 – Diálogo, Direitos e Democracia.
As Organizações da Sociedade Civil e a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento – rumo a Busan foi o tema do segundo dia.
Novembro deste ano acontecerá em Busan, Coréia do Sul, o IV Fórum de Alto nível sobre Efetividade da Assistência ao Desenvolvimento. O debate realizado na ABONG fez parte de um amplo processo de consulta internacional sobre a efetividade da atuação das organizações da sociedade civil e da ajuda para o desenvolvimento praticada pela cooperação internacional.
A deficiência de leis no país sobre o direcionamento dos fundos, a busca por um novo marco regulatório (sobre o marco regulatório ver – www.forummarcoregulatorio.org.br), e o modelo de cooperação que se quer construir no Brasil foram temas debatidos no encontro.
Segundo Ivo Lesbaupin, com base em pesquisas do IPEA, o Brasil vem se consolidando como um importante “novo doador” no cenário internacional e também no seu próprio país. A questão lançada foi sobre a qualidade deste “Brasil doador” e sobre quais interesses está principalmente alinhado. ?
Entre as principais características da assistência praticada pelos “novos doadores”, apresentadas por Vera Ribeiro, está a coerência com políticas de comércio e investimento dos doadores; a ajuda a países vizinhos; e a falta de transparência. ?
“Qual é o papel da sociedade civil nesta engenharia da arquitetura de doação?” foi a questão proposta por?Sergio Haddad, que questionou a qualidade da articulação entre os novos fundos independentes que tem atuado no Brasil e a agenda da sociedade.?
Debateu-se por fim se o Brasil deveria integrar o grupo e modelo hegemonico dos principais doadores do mundo OECD (sobre OECD ver – www.oecd.org.) ou modelos alternativos.
Segundo dados do IPEA o Brasil teve um saldo de doações, entre os anos de 2005 e 2009, de USD$ 400 milhões (recebeu USD$ 1,48 bi / doou USD$1,88 bi).
Dos USD$ 1,88 bilhões doados pelo Brasil:
55% foram para Organizações Internacionais;
24% para Perdão de Dívidas;
13% para Assistência Técnica
8% para Bolsas de Estudos
“Segurança alimentar e nutricional – significados e apropriações” é o título do livro lançado pela técnica do Instituto Pólis e integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Christiane Costa.
A publicação traz os diferentes significados da incorporação do tema de segurança alimentar e nutricional por parte dos movimentos e organizações da sociedade civil participantes do Consea na gestão 2004/2007.
O livro faz referência às questões alimentares que dizem respeito ao conjunto da população ao tratar a temática da Segurança Alimentar e Nutricional, e não apenas aos segmentos mais vulneráveis.
A pesquisa relaciona as ciências da saúde com as ciências sociais e traz uma importante contribuição para as políticas públicas alimentares.
“Dado que a construção do arranjo institucional desta temática no país é resultado da interação entre Estado e Sociedade, a identificação da incorporação da noção de Segurança Alimentar e Nutricional nos documentos do governo requer, como contraponto, outra reflexao sobre os sentidos da apropriacão deste enfoque por parte de entidades e movimentos sociais associados à temática” afirma Christiane Costa no livro Segurança alimentar e nutricional – significados e apropriações.
O livro está disponível para compra pela internet, na loja virtual da Annablume Editora (www.annablume.com.br).
Por que tanta polêmica em torno da manutenção do que resta das nossas florestas? Será possível que ambientalistas, cientistas, religiosos, empresários, representantes de comunidades, movimentos sociais e tantos cidadãos e cidadãs manifestem sua indignação diante do texto do Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados, apenas por um suposto radicalismo ou desejo de conflito sem cabimento? Será justo afirmar que os defensores das florestas não levam em conta as pessoas e suas necessidades de produzir e consumir alimentos? Do que se trata, afinal? O que importa para todos os brasileiros?
Importa, em primeiro lugar, esclarecer a grande confusão sob a qual se criam tantas desinformações: não está se fazendo a defesa pura e simples das florestas. Elas são parte dos sonhos de um país com mais saúde, menos injustiça, no qual a qualidade de vida de todos seja um critério levado em conta. Um Brasil no qual os mais pobres não sejam relegados a lugares destruídos, perigosos e insalubres. No qual a natureza seja respeitada para que continue sendo a nossa principal fonte de vida e não a mensageira de nossas doenças e de catástrofes.
A Constituição Brasileira afirma com enorme clareza esses ideais, no seu artigo 225, quando estabelece que o meio ambiente saudável e equilibrado é um direito da coletividade e todos – Poder Público e sociedade – têm o dever de defendê-lo para seu próprio usufruto e para as futuras gerações.
Esse é o princípio fundamental sob ataque agora no Congresso Nacional, com a aprovação do projeto de lei que altera o Código Florestal. 23 anos após a vigência de nossa Constituição quer-se abrir mão de suas conquistas e provocar enorme retrocesso.
Há décadas se fala que o destino do Brasil é ser potência mundial. E muitos ainda não perceberam que o grande trunfo do Brasil para chegar a ser potência é a sua condição ambiental diferenciada, nesses tempos em que o aquecimento global leva a previsões sombrias e em que o acesso à água transforma-se numa necessidade mais estratégica do que a posse de petróleo. Água depende de florestas. Temos o direito de destruí-las ainda mais? A qualidade do solo, para produzir alimentos, depende das florestas. Elas também são fundamentais para o equilíbrio climático, objetivo de todas as nações do planeta. Sua retirada irresponsável está ainda no centro das causas de desastres ocorridos em áreas de risco, que tantas mortes têm causado, no Brasil e no mundo.
Tudo o que aqui foi dito pode ser resumido numa frase: vamos usar, sim, nossos recursos naturais, mas de maneira sustentável. Ou seja, com o conhecimento, os cuidados e as técnicas que evitam sua destruição pura e simples.
É mais do que hora de o País atualizar sua visão de desenvolvimento para incorporar essa atitude e essa visão sustentável em todas as suas dimensões. Tal como a Constituição reconhece a manutenção das florestas como parte do projeto nacional de desenvolvimento, cabe ao poder público e nós, cidadãos brasileiros, garantir que isso aconteça.
Devemos aproveitar a discussão do Código Florestal para avançar na construção do desenvolvimento sustentável. Para isso, é de extrema importância que o Senado e o governo federal ouçam a sociedade brasileira e jamais esqueçam que seus mandatos contêm, na origem, compromisso democrático inalienável de respeitar e dialogar com a sociedade para construir nossos caminhos.
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, criado pelas instituições abaixo assinadas, convoca a sociedade brasileira a se unir a esse desafio, contribuindo para a promoção do debate e a apresentação de propostas, de modo que o Senado tenha a seu alcance elementos para aprovar uma lei à altura do Brasil.
Brasília, 7 de junho de 2011
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Forum de ex-ministros de meio ambiente
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social,
Movimento SOS Florestas
Via Campesina
Federação de Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf Brasil)
Grupo de Trabalho Amazônico (GTA)
Comitê Intertribal da Rio+20
Associação Brasileira das ONGs (ABONG),
Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)
Rede de Juventude Pelo Meio Ambiente (REJUMA)
Movimento Amazônia para Sempre
Movimento Humanos Direitos (MUDH)
Instituto Democracia e Sustentabiliade (IDS)
Greenpeace Brasil
Instituto Socioambiental (ISA)
Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Associação (Apremavi)
Imaflora
Instituto Centro de Vida (ICV)
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
WWF Brasil
SOS MATA ATLÂNTICA
Associação Alternativa Terrazul
Vitae Civilis
Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (FASE)
IBASE
Sinpaf – Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário
Fórum Nacional de Reforma Urbana
Rede Ecumênica da Juventude (REJU)
Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN)
Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)
SOS Clima Terra
Movimento Inovação Brasil (MIB)
Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS)
Realizou-se entre 20 e 22 de junho de 2011 em Lima (Peru) a Oficina de apresentação e debate da 3ª etapa da pesquisa Dimensões de Gênero no Manejo de Resíduos Sólidos Domésticos em Cidades da América Latina.
A pesquisa é coordenada pelo DESCO, Ong peruana, e apoiada pelo IDRC (International Development Research Centre), e tem por objetivo apontar soluções para a superação das desigualdades de gênero no contexto do trabalho de recuperação de resíduos desenvolvido por catadoras e catadores, tendo como base as cidades de Lima, São Paulo, Montevideu e Cochabamba. Participam do projeto o Instituto PÓLIS e a SOF (Brasil), o CIEDUR (Uruguai), e o CESU (Bolívia).
As principais conclusões desse projeto foram apresentadas no Foro Gestión Municipal de Residuos Sólidos con Inclusión de las y los Recicladores (Catadores): experiencias internacionales, no dia 21 de junho, no Salão dos Espelhos na Prefeitura de Lima, com a presença da prefeita Susana Villarán De La Puente.
Leia a seguir o depoimento de Elisabeth Grimberg, responsável pela análise das dimensões de gênero no manejo de resíduos sólidos em Sao Paulo:
A pesquisa revela que são as mulheres catadoras que desenvolvem predominantemente a classificação dos materiais recicláveis. Esse trabalho revela-se como uma etapa central do processo de recuperação de resíduos, dadas as exigências do mercado de reciclagem, ou seja, pode ser considerado como uma qualificação.
Além disso, as mulheres são as que praticam com maior intensidade e cuidado o trabalho de educação ambiental, que garante que a população separe seus materiais adequadamente, reduzindo a parcela de rejeitos nas cooperativas e associações de catadores.
Entre outras descobertas tem-se também a continuidade do trabalho de recuperação de resíduos em períodos de crise como foi o caso entre 2008-2009, em que os preços pagos pelos recicláveis sofreram grande queda.
É importante para a cidade que as organizações de catadores se mantenham atuando, mesmo que ainda que não estejam sendo remuneradas por esse trabalho, garantindo a sustentabilidade dessa atividade.
São muitos os desafios em termos de políticas públicas que tragam melhores condições de trabalho e qualidade de vida para as catadoras, tais como o desenvolvimento de um programa que contemple o conjunto da categoria e garanta equipamentos (caminhão, prensa, balança, EPIs etc) e remuneração pelo trabalho prestado à cidade, assim como serviços de creches, saúde, previdência social, além de políticas de habitação, e de proteção contra a violência que sofrem as mulheres.
Elisabeth Grimberg é coordenadora da Área de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis
O Desafio da Cooperação Interfederativa foi o tema da 41 Assembléia da ASSEMAE que aconteceu entre os dias 22 e 27 de Maio em Campinas, no contexto da Feira de Saneamento e Exposição de Trabalhos Técnicos inéditos.
A coordenadora da Area de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis, Elisabeth Grimberg participou da Mesa O Papel dos Municípios nos Acordos Setoriais Previstos na Regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
“Os acordos setoriais serão aqueles celebrados entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes e o poder público, que dará origem a um novo modelo de coleta seletiva dos materiais secos”, afirmou Grimberg que destacou a responsabilidade do setor empresarial, reconhecida recentemente pela Lei N 12305 em dezembro de 2010.
Segundo Grimberg, o Pólis levou a posição que vem defendendo ao longo da construção da politica: que se efetive a implementação da logística reversa, que se garanta a participação dos catadores neste processo e que a parte dos resíduos secos nao aproveitada (rejeito) também seja assumida pelo setor empresarial.
“O papel da administração municipal será o de coordenar a implantaçao desse novo sistema de recuperação de resíduos e também o de coletar e destinar os resíduos úmidos (orgânicos)”, afirmou Grimberg.
A Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (ASSEMAE) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1984. Ela reúne quase 2 mil municípios brasileiros que administram de forma direta e pública os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial, resíduos sólidos e controle de vetores. Está organizada em diretorias regionais, e atua para levar atendimento sanitário à população urbana e rural, fortalecendo a capacidade técnica, administrativa e financeira dos serviços de saneamento.
Inscrições – http://www.fbb.org.br/portalfbb/tecnologiasocial/
As inscrições para a 6ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social encontram-se abertas até 30 de junho. Serão concedidos 9 prêmios de R$ 80 mil à Tecnologias Sociais implementadas em âmbito local, regional ou nacional, que sejam efetivas na solução de questões relativas à alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde.
A Fundação Banco do Brasil reconhece a Tecnologia Social como sendo produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social.
As Tecnologias Sociais certificadas pela Fundação Banco do Brasil passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais. O Pólis está colaborando para a atualização do BTS, base de dados on-line disponível no site www.tecnologiasocial.org.br.
O Pólis, que integra a coordenação do Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU), no dia 07 de maio, participou do Seminário Nacional sobre o Código Florestal, e representou o FNRU na comissão de redação do manifesto em repúdio ao conjunto de alterações propostas pelo deputado Aldo Rebelo para o Código Florestal Brasileiro.
A votação na Câmara dos Deputados para a atualização da lei, prevista para esta ultima quarta-feira, dia 11 de maio, foi adiada para próxima terça (17).
As propostas de reforma na lei redimensionam os limites e sansões do desmatamento no Brasil, mudando as regras das APPS, Reserva Legal, Reflorestamento e Anistia.
Movimentos e organizações sociais e diversos setores do campo e da cidade de todo o país se mobilizam em protesto às mudanças. Muitos afirmam que as mudanças favorecem empreendimentos de interesse empresarial e não social e pedem mais tempo para que as questões controversas sejam amplamente debatidas e apropriadas pela sociedade de forma mais abrangente.
O Manifesto do FNRU destaca a perspectiva urbana na avaliação e dimensão das conseqüências e impactos nas cidades brasileiras com tais alterações legislativas, reiterando os princípios do Direito à Cidade, da Função Social da Terra e da Propriedade Urbanas e da Gestão Democrática.
MANIFESTO DO FÓRUM NACIONAL DA REFORMA URBANA
O Código Florestal na agenda da Reforma Urbana
O conjunto de alterações propostas pelo deputado Aldo Rebelo para o Código Florestal Brasileiro vem sendo amplamente debatido por diversos segmentos do governo e da sociedade civil desde seu primeiro parecer, apresentado em junho de 2010. Após encontrar grande resistência, a versão original do PL n. 1876/99 sofreu mudanças, enxertos e reformulações, desembocando no atual projeto que, a despeito de algumas poucas concessões, mantém essencialmente as mesmas diretrizes e concepções de fundo, problematizadas em reiteradas críticas de pesquisadores, entidades e movimentos sociais em âmbito nacional.
Nesse contexto, contudo, pouco relevo tem assumido até o momento a perspectiva urbana na avaliação das conseqüências de tais alterações legislativas. Esse déficit é reflexo, sobretudo, das limitações inerentes à própria proposta, que, fruto de uma estratégia vinculada ao agronegócio, subestima a dimensão de seus impactos nas cidades brasileiras. Resumir, por exemplo, o problema a um Código “Florestal” já denuncia a ausência de uma perspectiva sobre as especificidades do meio-ambiente urbano.
Além das deficiências apontadas, três grandes críticas de fundo podem ser levantadas contra o quadro geral em que se insere a presente proposta de alteração do Código:
a) sua relação com um modelo econômico fortemente desenvolvimentista, calcado em grandes projetos de infra-estrutura responsáveis pela constituição de núcleos urbanos frágeis e desestruturados e pela violação de Direitos Humanos;
b) seu esforço de flexibilização das restrições ambientais, aliado à ausência de políticas sócio-ambientais efetivas, o que resulta no fomento à expansão indiscriminada do latifúndio monocultor e tende a promover novos fluxos migratórios geradores de inchaço urbano e de passivos sociais, especialmente em cidades de médio porte situadas junto às áreas de avanço da fronteira agrícola;
c) sua complacência para com os processos de mercantilização da natureza e de apropriação privada de recursos naturais básicos, tais como a água, já escassos em inúmeros centros urbanos no país e que afetam direta ou indiretamente a qualidade de vida nas cidades e seu entorno.
O Fórum Nacional de Reforma Urbana avalia, ainda, a existência de aspectos específicos extremamente problemáticos nas mudanças em questão, considerados como retrocessos em relação à legislação hoje em vigor:
a) no que tange ao Direito à Moradia Adequada, a proposta pouco avança para a garantia de habitação para população de baixa renda com relação às conquistas já alcançadas por meio da Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) e da Lei n. 11.977/2009. Embora a pauta seja de extrema importância, sua regulamentação surge de maneira problemática: o projeto estabelece diversos requisitos para a regularização fundiária de interesse social em ocupações urbanas consolidadas. Desproporcionalmente, não faz as mesmas exigências para a destinação de áreas de proteção a projetos de outra natureza, em casos que denomina “de interesse específico”, deixando claro que serão justamente as comunidades mais marginalizadas a sustentar a maior parte do ônus da conservação, sem usufruir de seus resultados;
b) com respeito às chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs), tais como as margens de rios e os topos de morro, a proposta de alteração do Código Florestal desconsidera completamente a realidade das cidades brasileiras e não fornece mecanismos para lidar com as configurações já consolidadas de uma urbanização espontânea e não-planejada que, historicamente destinou as parcelas do espaço ambientalmente vulneráveis à ocupação popular. A proteção do direito difuso ao meio-ambiente não pode significar o desencadeamento de despejos e remoções forçadas desses sujeitos, em oposição ao que o FNRU defende o componente fundamental da função social e sócio-ambiental da terra urbana, que não isenta o Estado de atuar em áreas de risco, mas que permite o acesso à terra e à moradia por todos;
c) aspecto igualmente invisibilizado na atual proposta é o das áreas de transição urbano-rurais, as quais representam parte importante do território nacional, caracterizando por vezes municípios inteiros semi-urbanos ou peri-urbanos. A proposta prevê apenas regimes jurídicos distintos aplicáveis ás zonas urbanas e rurais. Em face, porém, de outros projetos de lei já em trâmite no Parlamento brasileiro, em especial relativos aos critérios de definição dessas fronteiras, torna-se confusa essa matéria, permitindo inclusive que os municípios modifiquem arbitrariamente seu perímetro com vistas a burlar as exigências legais para áreas rurais;
d) por fim, é preciso avaliar com grande cautela as alterações de competências previstas neste projeto. A estadualização do Código Florestal, ao lado da municipalização de determinas atribuições ambientais, se por um lado representa uma descentralização do poder, no fundo implica na fragilização da legislação protetiva, na medida em que os diferentes entes federativos estão expostos à pressão de fortes interesses econômicos locais. É necessário considerar, também, as debilidades já identificadas dos próprios Planos Diretores para incorporar esses novos aspectos, tanto na dimensão de sua elaboração quanto de sua implementação e efetivação nos Municípios.
A necessidade de construção de uma agenda socioambiental para as cidades é urgente! Interessa não só aos movimentos populares e comunidades vulneráveis, mas a toda a população das cidades que representam mais de 80% da população Brasileira. A todo instante observa-se a deflagração de conflitos sócio-ambientais no espaço urbano, obrigando cada vez mais o Estado a reconhecer sua herança de omissão histórica no tema e a enfrentar a discussão no horizonte da gestão democrática.
Tendo em vista essas diretrizes, o Fórum Nacional de Reforma Urbana se soma aos movimentos sociais do campo e da cidade na denúncia às mudanças propostas para o Código Florestal, firmando seu posicionamento crítico e reiterando os princípios do Direito à Cidade, da Função Social da Terra e da Propriedade Urbanas e da Gestão Democrática como nortes de um modelo de desenvolvimento urbano mais justo, igualitário e sustentável.
Brasil, maio de 2011
Levantamento sobre o Perfil dos Grupos de Consumo no Brasil – Consumo como intervenção – Um olhar sobre as experiências de consumo coletivo no Brasil é o nome da Pesquisa realizada pelo Instituto Kairós, com participação do Pólis.
O objetivo da pesquisa, que teve início em agosto de 2009, foi fazer um levantamento das características, dinâmicas de funcionamento, instrumentos utilizados e desafios vivenciados pelas experiências de consumo coletivo e responsável no Brasil.
“O conceito consumo coletivo está na moda hoje em dia. É o novo fenômeno de consumo permitido pelas ferramentas de internet, que juntam um número grande de consumidores interessados em um produto/serviço e conseguem preços muito menores pela escala atingida. Mas não é disso que falamos na pesquisa”, afirma o técnico do Instituto Pólis Adriano Borges Costa, que participou da sistematização da pesquisa realizada.
Costa afirma que a pesquisa analisa uma outra apropriação da prática do consumo coletivo: “essa é uma prática secular. As primeiras cooperativas surgiram organizando consumidores para viabilizar a compra de produtos de melhor qualidade. Este é um fenômeno que recentemente volta a ser discutido no Brasil como uma estratégia para fortalecer empreendimentos de economia solidária, por meio de grupos de consumo, pessoas interessadas em comprar produtos da economia solidária (ou outros que não são vendidos nos supermercados) se organizam para construir canais de comercialização diretos entre o produtor e o consumidor”.
Estas são “práticas auto-organizativas, espontâneas, agregadoras, e muito eficazes, que tornam o consumo um ato que vai além do seu aspecto econômico”, afirma Costa, que destaca também o aspecto da convivência envolvida nestes grupos, que com frequência realizam encontros de consumidores para debater temas relacionados à alimentação, visitas aos locais de produção dos produtos consumidos no grupo entre outras atividades.
Em agosto deste ano, o Instituto Kairós pretende realizar um Encontro Nacional dos Grupos de Consumo.
Os resultados da pesquisa podem ser acessados pelo site do Instituto Kairós: http://www.institutokairos.net/index.php?option=com_content&view=article&id=124&Itemid=117&lang=pt