Políticas Culturais em São Paulo e o Direito à Cultura
Aconteceu ontem, às 18h30 no Instituto Pólis, uma reunião para discutir o documento de manifestação e mobilização em defesa do Plano Diretor do município de São Paulo. Compareceram cerca de 150 pessoas.
Confira a versão preliminar do texto que ainda está em processo de finalização:
FRENTE EM DEFESA DO PLANO DIRETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO
MANIFESTO PELO REGULAR PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR PELO EXECUTIVO MUNICIPAL E DA GARANTIA DA AMPLA PARTICIPAÇÃO POPULAR
O atual Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, elaborado em 2002, teve seu prazo decenal esgotado em 2012, devendo obrigatoriamente seu texto ser submetido a um novo processo de análise crítica e avaliação coletiva, com a finalidade de adequar suas diretrizes e seus objetivos, por meio de amplo processo participativo em todas as fases de sua elaboração, garantindo de forma efetiva a gestão democrática da cidade.
Conforme constantemente divulgado na imprensa, verifica-se que o processo de elaboração do Plano Diretor está ameaçado de ocorrer na Câmara Municipal, que além de irregular, é ilegal, pois suprime a fase inicial obrigatória de sua discussão e elaboração pela Prefeitura, já que é o Executivo Municipal quem tem a competência constitucional para propor o novo Plano Diretor para o decênio 2013-2023, sendo que tal atribuição é conferida ao Prefeito, também nos termos da Lei Orgânica do Município (Art. 70, inc. X).
A compreensão é de que a atual tramitação na Câmara Municipal não corresponde ao atual estágio de revisão do Plano Diretor para o decênio 2013-2023 e que os debates já realizados em torno do mesmo não corresponderam à necessária avaliação e construção coletiva de propostas para esse novo estágio, passados 10 anos de sua vigência, e de natureza distinta da atual revisão em tramitação na Câmara Municipal. Daí o enorme prejuízo para avaliação do Plano Diretor vigente e pactuação de propostas se suprimida a fase inicial a ser conduzida no âmbito do Executivo Municipal.
Isto posto, exigem as entidades da sociedade civil integrantes da Frente em Defesa do Plano Diretor que a Prefeitura assuma seu papel constitucional e realize, no âmbito do Poder Executivo Municipal, todo o processo de análise do atual plano, a revisão e elaboração do novo Plano Diretor para o período 2013-2023, elaborando em conjunto com a sociedade uma metodologia para a realização dos procedimentos de gestão participativa em todas as etapas do processo dessa revisão, garantindo aos cidadãos a plena informação e o acesso fácil e desimpedido de todos os documentos e estudos, e a construção e pactuação coletiva das propostas até a consolidação do texto final do novo Plano Diretor, para posterior envio do pré-projeto à Câmara Municipal, quando somente então iniciaria a segunda fase de discussão pública no âmbito do Poder Legislativo.
POLIS – Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais
Movimento Defenda São Paulo – MDSP
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
Central dos Movimentos Populares – CMP
Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo
Associação Amigos da Praça João Afonso Castellana
Associação Amigos do Brooklin Novo – SABRON
Associação Amigos do Jardim das Bandeiras – AAJB
Associação de Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança – ASSAMPALBA
Associação de Moradores e Amigos de Vila Mariana – AMAVM
Associação dos Moradores Amigos do Parque da Previdência – AMAPAR
Sociedade dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia – SOJAL
Associação dos Moradores do Jardim da Saúde – AMJS
Movimento de Moradores Pela Preservação Urbanística do Campo Belo – MOVIBELO
Sociedade Amigos da Cidade Jardim – SACJ
Sociedade Amigos do Brooklin Velho – SABROVE
Sociedade Amigos do Jardim Londrina – Sajal
Sociedade Moradores Butantã/Cidade Universitária – SMB
Viva Pacaembu por São Paulo – VIVAPAC
No dia 14 de fevereiro, quinta-feira, o Pontão Convivência e Cultura de Paz promoveu uma roda de conversa sobre os cenários e propostas para as políticas culturais em São Paulo.
Participaram do evento o consultor de políticas culturais Altair Moreira, o poeta Hamilton Faria, coordenador de Desenvolvimento Cultural do Instituto Pólis, o professor Pablo Ortellado, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), e a diretora de Fomento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Maria do Rosário Ramalho. A mediação foi do consultor de Política Cultural do Instituto Pólis Valmir de Souza, que é pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai), ligado à EACH/USP.
O público diversificado de representantes do poder público, legislativo, sociedade civil, terceiro setor encheu o auditório e participou ativamente do diálogo embasado pelas falas dos convidados e por suas realidades.
Maria do Rosário trouxe a sua experiência no serviço público dentro de diferentes gestões da Secretaria de Cultura e evidenciou o programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), criado no governo de Martha Suplicy e mantido até hoje para o fomento de projetos da juventude das periferias. E observou que a cidade tem muitas pendências no âmbito cultural represadas há anos.
“Existe o desafio do diálogo com as demandas, como elas podem ser absorvidas e de um canal de comunicação para definição de prioridades, onde elas podem se completar e como a secretaria vai se estruturar para atendê-las”, disse a diretora. Rosário valorizou as primeiras iniciativas do novo secretário de Municipal de Cultura, Juca Ferreira, que começou sua gestão dialogando com representantes da sociedade e sinalizando mudanças nas políticas de fomento à cultura e de ocupação dos espaços da cidade.
Pablo Ortellado traçou a evolução histórica das definições de políticas culturais mundialmente e no Brasil, mencionando como políticas inovadoras os Pontos de Cultura, a Lei de Fomento ao Teatro e a Bolsa-Cultura. Além de analisar a situação atual da divisão do financiamento de cultura.
“Na cidade de São Paulo, são basicamente quatro grandes atores que financiam: governo federal, governo estadual, secretaria municipal de cultura e o Sesc, que não é exatamente órgão do estado. Para se ter uma ideia, o orçamento da Secretaria Estadual de Cultura é de R$ 850 milhões, do Ministério da Cultura, só com a Lei Rouanet, são R$ 540 milhões, o orçamento da Secretaria Municipal é o menor dos três, na casa dos R$ 300 milhões. Tudo somado, temos R$ 1,7 bilhão ao ano para financiar a cultura”, lamentou o professor da EACH/USP.
Ortellato observou ainda que o VAI, as Fábricas de Cultura e os Pontos de Cultura – único meio de acesso a políticas culturais para 85% da população do município – são insuficientes para uma cidade com a dimensão e a diversidade de São Paulo.
Altair Moreira e Hamilton Faria comentaram suas experiências em políticas culturais e no ativismo de conselhos de cultura e também apontaram gargalos da cidade na área. Entre elas a transversalidade de ações com outras áreas afins, como educação e saúde, e necessidade de definições de políticas públicas de continuidade, territorialização e a representatividade ampla na construção de uma cidadania cultural.
O encontro deixou todos os participantes animados na realização de próximos debates e discussões sobre o tema e já levantaram outras pautas como Sistema Nacional de Cultura e governança para o setor.
Sessão de Diálogo
“Desafios das Políticas Culturais em São Paulo”
O Pontão de Cultura de Convivência e Paz realiza no dia 14 de fevereiro, quinta-feira, a partir das 18h30 a roda de conversa sobre os cenários e propostas para as políticas culturais em São Paulo no contexto nova gestão municipal.
O evento contará com a presença de Altair Moreira – Consultor de Políticas Culturais, Hamilton Faria – Poeta, Coordenador de Desenvolvimento Cultural do Instituto Pólis, Pablo Ortellado – Professor da EACH/USP, Maria do Rosário Ramalho – Diretora de Fomento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e terá a mediação de Valmir de Souza – Consultor de Política Cultural do Instituto Pólis, Pesquisador do Gpopai/EACH/USP.
Participe! Faça sua inscrição enviando nome completo e telefone para o e-mail pontao@polis.com.br com o assunto: Inscrição 14/02.
Local: Instituto Pólis (Auditório) – Rua Araújo, 124 (próximo da Estação República do Metrô).
Contato: 2174-6886 ou 2174-6819
O Programa Cultura Viva é concebido como uma rede orgânica de criação e gestão cultural, mediado pelos Pontos de Cultura, sua principal ação. Em lugar de determinar (ou impor) ações e condutas locais, o programa estimula a criatividade, potencializando desejos e criando situações de encantamento social e gestão compartilhada. Essa sempre foi a premissa para a implantação e desenvolvimento do Programa Cultura Viva.
A Teia Paulista, encontro de todos os pontos de cultura do estado, será realizada dos dias 06 a 09 de junho, na cidade de São Paulo. O evento reunirá as mais diversificadas manifestações culturais e conta com a articulação da Rede dos Pontos de Cultura que compreende, atualmente, 774 pontos no estado (compreendendo Pontos, Pontões e Prêmios).
O evento tem como objetivo promover a aproximação entre os pontos de cultura de São Paulo, divulgar o trabalho destes projetos para a comunidade em geral, permitir um espaço para diálogo e construção de politicas publicas para a cultura. Haverá espaço para fórum e Mostra Artística durante o encontro. Além disso, reunirá esses diferentes grupos num processo preparatório para a Teia Brasil 2013, que será realizada no segundo semestre.
O Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Instituto Pólis acompanha o processo de construção da Teia Paulista em 2013 por meio de representatividade e participação no GT de Produção da Teia. Para melhor organizar o trabalho de produção foi criado o GT de produção da Teia dividido em Comissões: Finanças; Comunicação; Programação e Curadoria; Articulação; Infraestrutura; Metodologia.
O Pontão participou da Cerimônia de transmissão de cargo da Presidência da Comissão Municipal de Direitos Humanos de Rogério Sottili, no Pateo do Collegio – centro – São Paulo.
Entre as prioridades de ação Sottili destacou: promoção e fortalecimento dos direitos humanos e cidadania na afirmação de uma nova visão baseada na diversidade para uma cultura de paz e solidariedade com o apoio da sociedade civil; garantir avanços continuados no combate a violação dos direitos humanos e da violência estrutural, direta e cultural; fortalecer alianças políticas e o compromisso republicano do governo; a importância da atuação federativa em parceria com projetos e propostas para a cidade de São Paulo. Destacou o projeto de lei que aprovou a Comissão Nacional da Verdade e a necessidade de criar uma comissão em São Paulo. Referenciou o plano de governo de Haddad que prevê a construção do Sistema Municipal de Participação Social. Em relação a Secretaria municipal de Cultura disse que em conversa com Juca Ferreira pretende integrar projetos de democracia e solidariedade em direitos humanos, entre outra coisas.
Durante o evento, a Ong Capão Cidadão divulgou a Passeata pela Paz que acontecerá no próximo domingo, 13/01/13 – às 17hs em repúdio a recente chacina ocorrida na região – chacina de Campo Limpo realizada em 4 de janeiro – http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2013/01/rapper-esta-entre-vitimas-de-chacina-em-sp)
CONVOCAÇÃO:
13/01/2013 – 17hs
Local: Rua – Reverendo Peixoto da Silva, nº 75 (em frente ao campo do Jd. Rosana)
O Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Pólis participará no próximo dia 17 de janeiro, às 10h, no Teatro Anchieta no SESC Consolação, dos resultados da sexta edição da pesquisa encomendada ao Ibope com a percepção dos paulistanos sobre a cidade, que inclui a quarta edição do IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município) pela Rede Nossa São Paulo. O IRBEM revela o nível de satisfação dos paulistanos em relação à sua qualidade de vida e bem-estar na cidade em vinte e cinco temas que os moradores da capital paulista consideram importantes. Serão apresentadas propostas com as sugestões de metas baseadas nas demandas da sociedade civil e no plano de governo de Fernando Haddad, para futuro Plano de Metas da prefeitura.
Saiba Mais – http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/20836
Agenda
Lançamento da nova pesquisa de percepção dos paulistanos e IRBEM
Data: dia 17 de janeiro de 2013, quinta-feira.
Horário: 10h às 12h30.
Local: Teatro Anchieta, no SESC Consolação
Endereço: Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque – São Paulo
Inscrições pelo e-mail: andrea@isps.org.br.
O 1º Fórum Brasileiro de Redes, Organizações e Ativistas de Defesa de Direitos fórum aconteceu no dia 07 de dezembro no Expo Center Norte, organizado pela Abong – organizações em defesa de direitos e bens comuns. Foram debatidos temas relacionados à democratização do Estado e da sociedade no Brasil, cooperação internacional e desafios para a construção de alternativas ao atual modelo desenvolvimento.
O objetivo do fórum foi reunir atores governamentais e não governamentais, brasileiros e internacionais para compartilhar perspectivas, atualizar desafios e traçar estratégias comuns.
Anna Luiza Salles Souto, do Instituto Pólis, participou do Painel 2, e apresentou a pesquisa publicada pelo Instituto Pólis “Novas lentes sobre a participação: utopias, agendas e desafios“. Também participou deste painel Pedro Pontual, da Secretaria Geral da Presidência da República, que discorreu sobre a agenda da participação social, perspectivas e investimentos governamental; e Riviane Arantes, da SOS Corpo, falando sobre a reforma do sistema político brasileiro, e uma nova cultura política brasileira.
Confira a programação completa – http://www.abong.org.br/final/download/programaforum.pdf
O Seminário Valores e Cidadania aconteceu em Brasília, dia 29 de novembro, no IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O encontro teve como objetivo apresentar e discutir os resultados da Pesquisa sobre Mobilidade Social, Valores e Cidadania – que estuda o impacto da mobilidade social sobre estrutura de valores brasileiros a partir de recortes de renda, mobilidade, geração e outros.
A pesquisa é fruto da parceria entre Secretaria-Geral da Presidência da República e o IPEA, realizada no intuito de levantar dados e proporcionar análises para a consolidação de valores democráticos relevantes para a construção de políticas públicas com a participação da sociedade civil.