Que cidade queremos? Pra quem e por quem ela é feita?
Artigo de Lorena Zárate e Nelson Saule do Instituto Pólis sobre o Direito à Cidade, publicado no El País, 17 de julho de 2018.
Confira o artigo aqui
Imagem El País
Artigo de Lorena Zárate e Nelson Saule do Instituto Pólis sobre o Direito à Cidade, publicado no El País, 17 de julho de 2018.
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Imagem El País
Infográfico do Fórum Aberto Mundaréu da Luz mostra para onde foram as famílias removidas da quadra 36 da Cracolândia. Foram apenas obtidas informações do destino da metade das pessoas. Percebe-se a manutenção da situação de precariedade, tanto no centro da cidade como nas bordas da Região Metropolitana.
Confira Infográfico do Fórum Aberto Mundaréu da Luz
Roda de conversa sobre as dinâmicas da Vila Buarque e do centro, pensando o território com ênfase no direito à cidade e seus aspectos relacionados à gênero, raça e sexualidade.
A diversidade das formas de se viver na cidade e nos espaços públicos se manifesta, ao mesmo tempo, em confluências e conflitos. No cotidiano a rua é o lugar do carro. Para experimentar e debater outras formas de uso, um conjunto de atores da Vila Buarque organizaram a abertura de duas ruas (General Jardim e Bento Freitas) do bairro, uma série de atividades que visam refletir e atuar sobre a vida no bairro, suas histórias, realidades e perspectivas.
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Confira também outros vídeos no Canal Pólis
Imagem: Henrique Frota
VILA BUARQUE ABERTA #PRIMEIRA AÇÃO
São várias as iniciativas em São Paulo que buscam valorizar os espaços públicos a partir da perspectiva das pessoas. A diversidade das formas de se viver se manifesta, ao mesmo tempo, em confluências e conflitos. No cotidiano a rua é o lugar do carro. Para experimentar e debater outras formas de uso, um conjunto de atores da Vila Buarque organizaram a abertura de duas ruas (General Jardim e Bento Freitas) do bairro, uma série de atividades que visam refletir e atuar sobre a vida no bairro, suas histórias, realidades e perspectivas.
Teremos shows em comemoração ao dia da música, mapeamento coletivo, rodas de conversa sobre o bairro, sobre direito à cidade e agricultura urbana, oficinas para crianças, filmes, teatro, espaço para arrumar sua bicicleta, atividades físicas, entre outras ações. Totalmente gratuíto!
Essa será só a primeira de muitas outras que esperamos fazer para vivenciar e conversar sobre uma outra cultura urbana que vá na direção de uma cidade mais humana.
PROGRAMAÇÃO: 08h00 às 20h00
### NA RUA: Bentro Freitas com General Jardim – Gratuito
08h00 às 15h00
FEIRA AGROECOLÓGICA com produtores que fornecem ao Instituto Feira Livre.
11h00 às 16h00
MAPEAMENTO COLETIVO da República, Vila Buarque e Santa Cecília
11h30 às 13h30
ATIVIDADE FÍSICA: funcional para todas idades, atividade lúdica para crianças e atividade leve para idosos. Com a equipe Team Bovera de preparação física.
12h00 às 13h00
RODA DE CHORO DE MULHERES: Camila Silva e Grupo Vertentes
13h00 às 14h00 (no palco)
JazzBB COM BRASILEIRINHOS: música para os bichos do Brasil por Paulo Bira
Palco RISCO dia da Música:
15h00 – Maria Beraldo
16h20 – Música de Selvagem
17h40 – Sessa
19h00 – Luiza Lian
15h00 às 16h00
OFICINA DE INSTRUMENTOS PARA CRIANÇAS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS para tocarem junto com o bloco Cecília e os Buarques. Atividade na rua.
16h00 às 16h30
APRESENTAÇÃO BLOCO CECÍLIA E OS BUARQUES, com a participação da bateria e desfile dos bonecos de Olinda. Atividade na rua.
### DENTRO: Gratuito
14h00 ou 16h00 (a confirmar)
OFICINA COM JANAÍNA RUEDA (Casa do Porco, Dona Onça e Hot Pork), sobre o projeto ‘Cozinheiros Pela Educação’ que vem transformando a alimentação das merendas escolares do estado de São Paulo. Em sua aula, a chef também ensinará uma das receitas do projeto: o Cuscuz Vegetariano. ___ no Instituto de Arquitetos do Brasil (Rua Bento Freitas 306)
15h00
FILME ‘OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM’ em comemoração aos 5 anos de Junho de 2013, seguido de debate com produtores. Ação em parceria com o Le Monde Diplomatique. ___ na Aliança Francesa (Rua General Jardim, 182)
15h30
HORTELÕES URBANOS: membros do grupo compartilham as experiências de cultivar em áreas públicas da cidade. ___ no Instituto Feira Livre (Rua Major Sertório, 229)
16h30 às 18h00
RODA DE CONVERSA SOBRE DIREITO À CIDADE, com ênfase em sexualidade, gênero, prostituição de rua, direitos humanos e os territórios na República, Vila Buarque e Santa Cecília com base nos resultados do mapeamento coletivo. ___ no Instituto Polis (Rua Araújo, 124)
17h00
QUEM PRODUZ ALIMENTOS EM SÃO PAULO? Conversa sobre a produção agrícola em escala dentro da cidade de São Paulo e a experiência da agricultura urbana. ___ no Instituto Feira Livre (Rua Major Sertório, 229)
18h30
PANCS – PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS. Conversa sobre as muitas plantas que encontramos nas ruas e parques da cidade e que servem de alimento, mas que deixaram de ser comercializadas. ___ no Instituto Feira Livre (Rua Major Sertório, 229)
21h00
PEÇA VENUS EX LIBRIS. Dramaturgia: Criação Coletiva. Direção: Luiz Fernando Marques. Um homem, uma mulher, o livro “Vênus em Pele” de Masoch, a tela de Ticiano – Vênus ao espelho, dois goles de café e um casaco de pele: elementos de uma mesma cena, figuras de uma possível fantasia. Ele e Ela imersos em um território desconhecido, no limiar da dor e do prazer e, ainda que excitante, revelador de conteúdos obscuros que podem transbordar para além daquela sala de uma grande metrópole em um dia de tempestade. Pague quanto puder. Reserve seu ingresso no site: https://www.sympla.com.br/venus-ex-libris—espetaculo__295107. ___ no Instituto de Arquitetos do Brasil (Rua Bento Freitas, 306)
23h59
PEÇA VENUS EX LIBRIS. Segunda exibição no IAB.
### Patrocínio:
OGGI Bikes
Kenda
Dia da Música
Z DELI Sandwiches
Lanchonete da Cidade
J.K – Bar do Alemão
### Realização:
IAB SP – Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo (IABsp)
CoCidade
Selo RISCO
Le Monde Diplomatique Brasil
Instituto Pólis
Aliança Francesa
Instituto Feira Livre
A Casa do Porco Bar
Ação Educativa
JazzB
Alguns locais terão atividades normais após o evento, essas ações não fazem parte da Vila Buarque Aberta e por isso não serão gratuitos:
22h
André Mehmari Trio (R$ 45)
Um dos grandes pianistas da atualidade André Mehmari segue nesta temporada no JazzB trazendo seu trio ao lado de Neymar Dias (contrabaixo) e Sérgio Reze (bateria). Nesta clássica formação de jazz, liderado por Mehmari, o trio apresenta repertório de composições próprias e recriações de clássicos do jazz e da música brasileira com muito lirismo e virtuosidade. Ingressos antecipados: https://goo.gl/EqmjF1 ____ no JazzB (Rua General Jardim, 43)
Nesta última semana, nós focamos na promoção do debate sobre raça e o Direito à Cidade no qual estamos inseridos já há algum tempo.
O desafio de promover cidades justas e inclusivas passa, necessariamente, pela superação do racismo que estrutura as desigualdades, organiza as relações sociais e a configuração dos territórios. Sabemos que essa tarefa não é fácil. O processo de mudança é lento e enfrenta muitas resistências em todas as instâncias.
O Pólis é uma instituição que tem reconhecido seu lugar de fala, entendendo o ponto de vista do qual refletimos sobre o racismo e como podemos contribuir para sua superação. E esta reflexão tem se dado a partir dos diversos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto, como o Hub das Pretas, o Juventudes nas Cidades, o Jovens Monitores Culturais e tantos outros.
Nosso auditório já foi palco de inúmeros debates sobre o tema. Um deles, em especial, mexeu profundamente com nossas estruturas, no final do ano de 2017. Ele foi organizado pelo IBDU e estavam presentes @Joice Berth, Marielle Franco (presente!) e nossa querida @Jessica Tavares, três mulheres negras incríveis que vieram debater conosco um olhar de raça sobre o Direito à Cidade.
Para encerrar esta semana, queremos compartilhar este vídeo institucional que aborda o impacto do do projeto Hub das Pretas no Pólis, em que nossos coordenadores, Danielle Klintowitz e Henrique Frota, assumem nosso lugar de fala de maneira clara e honesta e discutem o quanto a temática do racismo nas cidades tem se aprofundado na própria instituição.
A nossa luta contra o racismo tem se dado de maneira ampla e passa também pelo âmbito institucional. Sabemos que ainda temos muito o que avançar, mas a mudança já começou!
O Direito à Cidade tem cor?Nesta última semana, nós focamos na promoção do debate sobre raça e o Direito à Cidade no qual estamos inseridos já há algum tempo.O desafio de promover cidades justas e inclusivas passa, necessariamente, pela superação do racismo que estrutura as desigualdades, organiza as relações sociais e a configuração dos territórios. Sabemos que essa tarefa não é fácil. O processo de mudança é lento e enfrenta muitas resistências em todas as instâncias. O Pólis é uma instituição que tem reconhecido seu lugar de fala, entendendo o ponto de vista do qual refletimos sobre o racismo e como podemos contribuir para sua superação. E esta reflexão tem se dado a partir dos diversos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto, como o Hub das Pretas, o Juventudes nas Cidades, o Jovens Monitores Culturais e tantos outros.Nosso auditório já foi palco de inúmeros debates sobre o tema. Um deles, em especial, mexeu profundamente com nossas estruturas, no final do ano de 2017. Ele foi organizado pelo IBDU e estavam presentes @Joice Berth, Marielle Franco (presente!) e nossa querida @Jessica Tavares, três mulheres negras incríveis que vieram debater conosco um olhar de raça sobre o Direito à Cidade. Para encerrar esta semana, queremos compartilhar este vídeo institucional que aborda o impacto do do projeto Hub das Pretas no Pólis, em que nossos coordenadores, Danielle Klintowitz e Henrique Frota, assumem nosso lugar de fala de maneira clara e honesta e discutem o quanto a temática do racismo nas cidades tem se aprofundado na própria instituição.A nossa luta contra o racismo tem se dado de maneira ampla e passa também pelo âmbito institucional. Sabemos que ainda temos muito o que avançar, mas a mudança já começou!Seguimos!#marielle30dias#mariellevive#PeloFimdoGenocídio#ContraIntervençãoMilitar#SemJustiçaNãoHáPaz#VidasNegrasImportam#BlackLivesMatter#RededeProteçãoeResistênciaContraoGenocídio
Posted by Instituto Pólis on Friday, May 18, 2018
Seguimos!
#marielle30dias
#mariellevive
#PeloFimdoGenocídio
#ContraIntervençãoMilitar
#SemJustiçaNãoHáPaz
#VidasNegrasImportam
#BlackLivesMatter
#RededeProteçãoeResistênciaContraoGenocídio
– Danielle Klintowitz, coordenadora Geral do Instituto Pólis
– Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa São Paulo
– Henrique Frota, coordenador-executivo do Instituto Pólis
Apresentação: Silvio Caccia Bava, diretor do Le Monde Diplomatique Brasil.
Em nossa semana debatendo “o Direito à Cidade tem cor?” trazemos #VOZESdoPolis com Míriam Selma – Diretora Grupo Teatral Negro Sim e Coordenadora do Coletivo Levante Mulher
“Mulheres Guerreiras
É como um eco dos tambores. As vozes de nossas ancestrais estão em toda parte. Elas não param de nos ensinar o quanto nossas raízes são fortes!
Ser mulher negra em pleno ano de 2018, é sem dúvida uma grande vitória, pois se olharmos a história, veremos o quanto a “branquitude” tentou nos eliminar, neste 130 anos de uma abolição assinada por mãos brancas, que não deixa dúvida suas reais intenções.
Ainda hoje, nossas condições de vida são as mais precárias, as mais desumanas, somos nós, mulheres negras que ocupamos a maioria dos trabalhos informais e braçais. Enfrentamos a insalubridade, os baixos salários, a jornada estendida, a falta de direitos. Somos maioria no mercado doméstico e nas zonas de meretrício, ”heranças” essas de um período escravocrata em que nos colocam apenas como seres servis, sem valia.
O Relatório do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) afirma que os afrodescendentes “enfrentam uma dupla discriminação no mercado de trabalho, de raça e de gênero”. Eu por minha vez, diria tripla, pois somos operaria, proletária e a divisão de trabalho é opressora.
Nossas filhas continuam sozinhas, vulneráveis a todas as formas de violência, enquanto cuidamos das filhas das patroas.
Nosso cabelo ainda é motivo de não sermos contratadas em muitas empresas e quando os anúncios no jornal pedem boa aparência, é certo que não estão querendo negras.
As religiões de matrizes africanas são outro ponto crucial neste calabouço opressor que é o racismo estrutural. Aqui a palavra crucial, cai muito bem, pois em nome de um cristianismo que salva, os cultos e ritos de matrizes africanas são demonizados e os seus adeptos tidos como pecadores .
Isso porque os elementos culturais, religiosos ou mesmo estéticos que lembram a África ainda são colocados como feios, malignos, supervalorizando a cultura branca eurocêntrica.
Com todo massacre sobre a nossa imagem de mulher negra, é naturalizado o fato de que a solidão seja um dos maiores males que nos acompanham. Solidão no amor, solidão por sermos mães solteiras, solidão por vermos a vida de nossos filhos pretos cerceadas pelo Estado Burguês, solidão por sermos mulheres com desejo, sensuais e com sexualidade, porém sem ter com quem compartilhar nossos sonhos.
O fato é que a sociedade tem uma divida histórica conosco, mulheres negras. Medidas devem ser tomadas. Um caminho são as políticas públicas. As cotas, por exemplo, se fazem necessárias para reparar, mas ainda está longe de ser suficiente. Nós somos a base que sustenta todo o desenvolvimento econômico de nosso país e não gozamos de nenhum privilégio. É por isso que a sociedade tem uma grande dívida para conosco.
Mas tudo isso não nos faz mulheres fracas. Muito ao contrario. Se sobrevivemos aos porões dos navios negreiros, aos inúmeros estupros, às violações e violências em todos os aspectos, é porque somos verdadeiramente mulheres fortes!
Hoje ocupamos cadeiras nas academias, nas câmaras, nos congressos, somos doutoras, médicas, advogadas, deputadas, professoras, historiadoras, engenheiras. Estamos em vários postos de tomada de decisões.
Hoje nossos cabelos estão mais armados do que nunca e fortalecidos, para enfrentar o racismo. São como estandartes que estampam nossa luta!
Hoje criamos nossos próprios espaços, para enfrentar nossas demandas e para aumentar nosso empoderamento. São espaços privados, púbicos e virtuais. A exemplo disso, temos o Geledés Instituto da Mulher Negra, as Blogueiras Negras A Comuna Aurora Negra, a Coletiva Luana Barbosa, o Fala Preta, o Movidas pela Capoeira, Levante Mulher, Espaço Clariô, Samba Negras em Marcha, Ilú Obá De Min e tantos outros .
Para compreender melhor a palavra empoderamento: para o feminismo negro ela não está ligada ao status de poder. Significa empoderar, emancipar a si e as outras, colocando as mulheres negras como atrizes, que assumem o protagonismo de suas histórias e atuam nas transformações sociais. Tornando-as donas de sua própria vida, de seu próprio corpo.
E por falar em marcha, em 2015 fizemos a maior Marcha de Mulheres Negras já vista em nosso país. No dia 18 de novembro, mulheres negras de todo o Brasil despidas de pré-conceitos e respeitando a subjetividade, a especificidade e a diversidade, se reuniram em torno de um objetivo comum: o bem viver – contra o racismo e contra a violência.
Fizemos a sociedade enxergar que somos 49 milhões de mulheres negras e o quanto nos flagelam o racismo, o patriarcado e o sexismo.
O manifesto criado na ocasião, vale ser lido por todos, pois aponta detalhes importantíssimos do nosso cotidiano, como a constante omissão do Estado e sua responsabilidade para com as nossas vidas negras.
Estão ali denunciadas questões como a saúde, o encarceramento, a drogadição, o feminicídio e a criminalização do nosso corpo, nosso território e do nosso povo .
Como bem nos fez refletir a nossa companheira Mahu, da Comuna Aurora Negra, nós somos a força e eles é que tem que usar o aparato policial e o poder do capital para resistirem a nossa força.
Para que os nossos direitos sejam assegurados, a nossa luta tem que ser diária. Sabemos que o plano traçado a mais de 130 anos de nos exterminar ainda está em vigor e contra ele lutamos a mais de 500 anos. Não aceitaremos que as reformas estabelecidas por esse atual governo golpista, venham dizimar nossas conquistas, muito menos dilacerar ainda mais nossas vidas.
As vidas pretas tem importância, nossas vozes se multiplicam e serão ouvidas! Não esqueceremos Dandara, Zacimba, Nzinga, Ariane, Luana Barbosa, Marielle Franco entre tantas.
Somos mulheres guerreiras, lutamos, sonhamos, sentimos e refletimos uma nas outras.
Findo essa reflexão saudando e agradecendo as minhas antepassadas, as mais velhas que vieram antes de mim e as mais novas, para as quais nós preparamos o caminho, com a certeza de que quando uma sobe, ela puxa a outra.”
Míriam Selma
Diretora Grupo Teatral Negro Sim
Coordenadora do Coletivo Levante Mulher
#marielle30dias
#mariellevive
#PeloFimdoGenocídio
#ContraIntervençãoMilitar
#SemJustiçaNãoHáPaz
#VidasNegrasImportam
#BlackLivesMatter
#RededeProteçãoeResistênciaContraoGenocídio
Vamos falar de moradia?
O episódio de 11 de maio de 2018 do programa #GregNews traz com precisão uma análise sobre a situação habitacional brasileira.
Dentre as referências citadas pelo programa, confira duas publicações do Instituto Pólis!
Uma de 2005 sobre o IPTU Progressivo no tempo:
https://polis.org.br/publicacoes/iptu-progressivo-no-tempo/
autora: Cibele Franzese
Outra de 2001 sobre o Estatuto da Cidade:
https://polis.org.br/…/estatuto-da-cidade-guia-para-impleme…/
autor: Renato Cymbalista
Assistam, leiam, compartilhem!!
#polis30anos
#institutopolis
#DireitoaMoradia
#DireitoaCidade
NOTA PÚBLICA
PELA APROVAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE SÃO PAULO (PL 619/16)
O trágico acontecimento do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desmoronou na madrugada do dia 1 de maio no Largo do Paissandu, não foi apenas uma tragédia anunciada, mas representa a omissão dos poderes públicos contra a parcela mais pobre da população que luta por moradia digna.
O ocorrido na região central da maior capital da América Latina evidencia a necessidade da adoção de instrumentos e ações efetivas relacionadas ao planejamento e implementação de uma Política Habitacional para a cidade de São Paulo que enfrente os desafios do acesso à moradia digna para uma parcela significativa da população que, por conta da negligência das políticas habitacionais e da especulação imobiliária, é privada de ter suas casas garantidas.
O drama da moradia em São Paulo é grave e histórico, mais de 1 milhão de paulistanas e paulistanos vivem em favelas ou em habitações precárias, e estimativas mostram que hoje cerca de 400 mil famílias precisam de moradia em São Paulo, enquanto pelo menos 2 milhões de metros quadrados estão desocupados ou subutilizados na cidade. Uma completa inversão de prioridades.
Ao invés de culpabilizar os moradores de ocupações ou criminalizar os movimentos de moradia, é preciso entender como o poder público vem atuando nessa área nos últimos anos.
Tramita desde dezembro de 2016 na Câmara Municipal de São Paulo o PL 619/16, que institui o Plano Municipal de Habitação (PMH). Esse documento foi elaborado com participação da população paulistana e constitui uma política de Estado, e não de governo, para a área habitacional do município para os próximos 16 anos.
O Plano Municipal de Habitação é um marco para as políticas de moradia, e um avanço do ponto de vista da gestão pública, pois aponta para diretrizes e metas mínimas de produção de moradia na cidade, bem como garante a gestão participativa e organiza os instrumentos e fontes de financiamento habitacional em São Paulo, conforme determina o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade.
Atualmente na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, o PL 619/16 encontra-se tramitando a passos lentos, demonstrando o desinteresse e desconhecimento de sua importância por parte dos vereadores e a falta de prioridade do executivo em propor a aprovação.
A tragédia ocorrida no último 1 de maio é extremamente grave e exige das autoridades públicas respostas rápidas e estruturais para a política habitacional em São Paulo, e não investigações seletivas que caracterizam uma verdadeira “caça às bruxas” aos movimentos de moradia.
As entidades signatárias deste documento vêm a público manifestar o entendimento de que o Plano Municipal de Habitação (PL 619/16) deve ser analisado e aprovado pela Câmara de Vereadores com a devida URGÊNCIA que o caso requer.
São Paulo, 08 de maio de 2018
Assinam esta carta:
Associação Civil Sociedade Alternativa
Associação Comunitária Santa Luzia
Associação Cultural do Morro do Querosene
Associação de Apoio ao Adolescente e à Família “Mundo Novo”
Associação dos Movimentos de Moradia da Região Sudeste
Associação Me dê a sua mão
Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (ANEAC)
Associação Pela Mobilidade a Pé em São Paulo (Cidadeapé)
Associação Povo em Ação Vida Sustentável
Associação União dos Atípicos
BR Cidades
CAAU – São Judas
CAEB – Anhembi Morumbi
CAJ – Belas Artes
Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP)
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
Centro Santo Dias de Direitos Humanos (CSDDH)
Ciclocidade
Coletivo Advogados para Democracia (COADE)
Comissão Justiça de Paz (CJP/SP)
Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 9ª Região/SP
DA – FAU Unicid
DAAFF – Fiam Faam
DCE – Mackenzie
DCE Livre da USP
EMAU Mosaico – Escritório Modelo da FauMack
Entre: FAUs
Escola de Fé e Política Waldemar Rossi
Escola de Governo
Espaço de Formação Assessoria e Documentação
Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA)
Fórum sobre Trabalho Social em Habitação de Interesse Social
Fórum Social da Leopoldina
GFAU – FAUUSP
Grupo “Faz Diferença?”
Imargem – Arte, Meio Ambiente e Convivência
Instituto A Cidade Precisa de Você
Instituto Artemis
Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU)
Instituto Casa da Cidade
Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento São Paulo (IABsp)
Instituto de Inclusão e Diversidade Humana (Instituto Indhuma)
Instituto de Regularização Fundiária Urbana e Popular (IRFUP)
Instituto Ethos
Instituto Pólis
LabCidade (FAU-USP)
LabHab (FAU-USP)
LabJuta (UFABC)
Minha Sampa
Movimento Aeroporto em Parelheiros Não!
Movimento Água Branca
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Movimento Habitacional e Ação Social (MOHAS)
Movimento Independente de Luta por Habitação de Vila Maria (Ocupação Douglas Rodrigues)
Movimento Nacional População de Rua
Movimento Negro Unificado (MNU)
Movimento Nossa Curitiba
Movimento Respira São Paulo
Mudança de Cena
Núcleo de Apoio à Pesquisa, Produção e Linguagem do Ambiente Construído (NAPPLAC)
Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais (NEMOS / PPGSS – PUC/SP)
ObservaSP
Observatório de Remoções
Ocupação Independente Aqualtune
Pastoral da Educação
Pastoral do Povo de Rua
Pastoral Fé e política
Pastoral Indigenista
Pé de Igualdade
Rede Conhecimento Social
Rede Mulher e Habitat
Rede Nossa São Paulo
SampaPé!
São Paulo Sem Medo
Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo (SASP)
Sindicato dos Arquitetos no Estado Estado de São Paulo (SASP)
Sociedade Amigos dos Jardins América, Europa , Paulista e Paulistano
Sociedade Santos Mártires
TETO Brasil
União dos Movimentos de Moradia
União Nacional por Moradia Popular
Vicariato Episcopal da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de SP
Participação de Henrique Frota, advogado, coordenador executivo e integrante da equipe Direito à Cidade do Instituto Pólis, “ população que vive em ocupações, gentrificação e o direito à cidade”.
Confira aqui o debate na íntegra veiculado na TV Câmara SP, 08 de maio de 2018.
Imagem TV Câmara de SP