Em países do sul global, como o Brasil, as discussões sobre transição energética devem abordar dois conceitos primordiais: racismo ambiental e pobreza energética. Essas questões são interligadas e refletem desigualdades históricas e estruturais que não podem ser ignoradas em um processo de transição energética.
No Brasil, onde mais de 80% da população vive em áreas urbanas, é necessário compreender o meio urbano conectado com o meio ambiente. Pois é nas cidades que as desigualdades socioterritoriais se manifestam de forma mais acentuada, fazendo uso de um modelo urbano que concentra as populações de baixa renda em territórios com infraestrutura precária e acesso limitado a serviços básicos. Essas áreas, habitadas majoritariamente por pessoas negras, e que tem seus domicílios chefiados por mulheres, revelam a dimensão urbana do racismo ambiental.
Simultaneamente, a pobreza energética também atinge essas mesmas populações urbanas. Segundo pesquisa de opinião encomendada pelo instituto Pólis ao IPEC, 36% das famílias brasileiras comprometem metade ou mais da sua renda para arcar com os custos da conta de energia elétrica e gás de cozinha, esse dado caracteriza essa parcela da população como pobres energeticamente. Combinados, racismo ambiental e pobreza energética criam barreiras significativas na efetivação do direito à cidade, dificultando as condições dignas de vida.
Desta forma, a Tecnologia Social de Coletivos de Energia Solar, traz uma perspectiva justa e popular da Transição Energética, com foco na energia solar, que prioriza metodologias de sustentabilidade e replicabilidade do projeto que integre a pobreza energética e o racismo ambiental como pilares centrais, promovendo cidades mais resilientes e acessíveis para todos.
VANTAGENS DA ENERGIA SOLAR
A energia solar oferece vantagens significativas para a sociedade, economia e meio ambiente. Ambientalmente, reduz as emissões de CO2 e contribui para o combate às mudanças climáticas. Economicamente, diminui os custos com energia elétrica e aumenta o acesso a alternativas energéticas descentralizadas, pautadas na autogestão do sistema fotovoltaico. Socialmente, contribui para o combate a pobreza energética, especialmente por meio da geração distribuída de energia solar, que democratiza o acesso à energia elétrica de qualidade, com o preço acessível e sustentável nos territórios periféricos.
COM QUEM TRABALHAMOS
No contexto da efetivação do acesso à energia elétrica, entendemos os movimentos sociais de moradia como atores fundamentais para a construção de uma perspectiva popular sobre transição energética justa. Dessa forma, a Tecnologia Social se estrutura na democratização da informação e conhecimento sobre energia solar por meio da difusão de pesquisa, formação e incidência política.
TEORIA DA MUDANÇA
Promover uma transição energética justa e popular, garantindo que a população de baixa renda possa acessar energia solar e participar ativamente do processo de transição energética, reduzindo a pobreza energética e combatendo o racismo ambiental.
OBJETIVOS DO PROJETO
- Democratizar o acesso à energia solar: capacitar as populações periféricas para a implementação e gestão de sistemas fotovoltaicos, fortalecendo a autogestão e ampliando o alcance de soluções energéticas renováveis.
- Combater a pobreza energética: ampliar o acesso à energia solar para reduzir os gastos com energia das famílias de baixa renda.
- Contribuir com uma perspectiva popular sobre transição energética justa: promover uma visão de transição energética justa e popular, que leve em conta as necessidades e as vozes das populações periféricas.
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