Com o objetivo de discutir iniciativas de economia solidária ao redor do mundo, ocorreu entre maio e junho de 2016 a Tour Economia Social e Solidária. A Tour, realizada no âmbito do projeto SUSY – SUstainable and Solidarity economY (Economia Social e Solidária – SSEDAS, em português), percorreu doze cidades em quatro países europeus: Bulgária, Eslovênia, Croácia e Portugal. Levando exemplos de prática de economia solidária no Brasil, Elisabeth Grimberg, coordenadora da Área de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis, ministrou 11 palestras sobre o tema Políticas Públicas e Inclusão das Cooperativas de Catadores.
Confira o vídeo elaborado pelos organizadores da Tour Economia Social e Solidária.
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Especialistas trocaram visões e experiências acerca da economia solidária ao redor do mundo
Já há algumas décadas, inúmeras experiências de Economia Solidária têm sido desenvolvidas no Brasil. São moedas sociais, cooperativas, coletivos, e diversas outras formas que se materializaram na busca de um novo modo de vida, mais justo, libertário, democrático e sustentável. Tais experiências surgem lideradas por aqueles que, ao se virem excluídos desse sistema, buscam garantir a inclusão e a participação da sociedade civil na resolução de problemas surgidos de uma economia política e socialmente desigual.
Na Europa, que luta para sair de um período de crise que se iniciou nos Estados Unidos há quase dez anos, organizações sociais se uniram no projeto SUZY – Sustainable and Solidarity Economy (Economia Social e Solidária – SSEDAS, em português). Trata-se de uma rede financiada pela União Europeia para a troca de experiências em Economia Solidária e de uma união de forças para impulsionar iniciativas nesse âmbito. O SUZY nasce para exigir políticas públicas de apoio a esses projetos e ações voltadas para a garantia de direitos políticos, econômicos e sociais. Elisabeth Grimberg, coordenadora de Resíduos Sólidos no Instituto Pólis, participou do Tour Economia Social e Solidária 2016, promovida no âmbito do projeto SUZY, que percorreu doze cidades em quatro países europeus: Bulgária, Eslovênia, Croácia e Portugal. Levando exemplos de prática de economia solidária no Brasil, Elisabeth ministrou 11 palestras sobre o tema Políticas Públicas e Inclusão das Cooperativas de Catadores.
Foram trinta e cinco dias compartilhando experiências vindas de vários lugares do mundo, do dia 20 de maio ao dia 24 de junho. Grimberg teve a oportunidade de conhecer 13 práticas de economia solidária no âmbito rural e urbano por meio de visitas técnicas. Em entrevista, a coordenadora de Resíduos Sólidos comenta sobre o tema e como foram esses dias compartilhando informações e experiências.
Instituto Pólis: O que significa a Economia Solidária?
Elisabeth Grimberg: Esse é um conceito que surge em meados da década de 90, cunhado pelo professor Paul Singer, para denominar um conjunto de iniciativas originadas na sociedade civil para a geração de trabalho e renda com gestão autônoma. Sob forma de gestão coletiva e com relações horizontais, as cooperativas garantem a distribuição igualitária dos recursos advindos dessas iniciativas.
IP: A Economia Solidária é vista como uma das alternativas de solução para a crise econômica?
EG: Acredito que cada país está se adaptando de diferentes formas. As visitas que realizei na Bulgária e na Croácia mostraram um número significativo de iniciativas de entidades atuando junto a pessoas em situação de vulnerabilidade: pessoas com necessidades especiais, idosos, pessoas de baixa renda etc. Senti que muitas dessas iniciativas têm caráter de assistência social e são fundamentais para dar suporte às pessoas, mas na visão do Pólis seriam mais exemplos de entidades que substituem o papel do Estado e não promovem exatamente a emancipação social, ainda que o valor deste trabalho seja inquestionável. Já na Eslovênia, as iniciativas apresentadas são voltadas para o questionamento do sistema capitalista e trazem ferramentas para pressionar o Estado e a União Européia, e partem principalmente dos jovens, que pautam, por exemplo, decrescimento econômico (“Degrowth), o pagamento de impostos devidos por grandes empresas (“Justice Tax”) e o comércio justo (“Fair trade”).
No caso de Portugal, pude interagir com experiências de economia solidária, como em Rio Maior, na Terra Chã, em Lisboa, no CIDAC, em Palmela, na Adrepes, onde estão acontecendo ações concretas no território, visto que há uma vitalidade e multiplicidade de iniciativas em curso. Isso embasa fortemente o argumento de que outro tecido socioeconômico é possível ser fortalecido para fazer frente à crise econômica e social que vive a Europa e a grande maioria dos países dos outros continentes.
IP: Como a presença do socialismo soviético nos países do leste influenciou o investimento em Economia Solidária no país?
EG: Na Bulgária, foi fundamental entender o impacto negativo do socialismo no que diz respeito a como foram formadas as cooperativas neste período, dado que foram impostas pelo Estado. Foi interessante esclarecer as diferenças entre a construção imposta e os processos, como por exemplo no Brasil, de criação desde a base das cooperativas, que é um dos significados de Economia Solidária – a iniciativa coletiva, autogestionária, democrática, igualitária. Foi forte constatar as marcas negativas do socialismo sobretudo sobre as pessoas mais velhas. Os jovens que se manifestaram veem alguns aspectos positivos no socialismo e são abertos ao cooperativismo. Existem, portanto, visões divergentes em relação aos benefícios e perdas no período socialista. Já na Eslovênia, os jovens de diversas instituições com os quais tive contato se colocam favoráveis ao cooperativismo e à economia solidária.
IP: O que o Tour trouxe de novo em questões relacionadas à Economia Solidária?
EG: Creio que o cruzamento de projetos que foram apresentados na Eslovênia e em Portugal, especialmente, mas também na Bulgária e Croácia poderia trazer uma nova perspectiva para a discussão de economia solidária, porque trazem para o debate internacional novos rumos para a transformação profunda da sociedade capitalista. O inovador do campo da economia solidária é a existência concreta de projetos, ações em rede e cooperativas que indicam a viabilidade concreta de desenvolvimento com base em modos de vida mais justos, libertários e ambientalmente duráveis.
IP: Qual é a realidade dos catadores de materiais recicláveis nos quatro países?
EG: Na Bulgária e Portugal, parece haver realidades similares ao Brasil, onde existem catadores avulsos que coletam recicláveis nas ruas, mas sem estarem organizados de forma associativa. Foi possível ver várias cenas, especialmente em Gabrovo, na Bulgária. Também surgiu nos debates a reflexão de que este serviço ser realizado não apenas pelas grandes empresas, em geral multinacionais, mas também por redes de cooperativas, o que geraria uma nova frente de trabalho socialmente inclusivo.
Assista também ao vídeo elaborado pelos organizadores da Tour Economia Social e Solidária:
Elisabeth Grimberg faz um balanço da Tour Economia Social e Solidária 2016 e deixa sugestões para a conciliação da preservação ambiental e da inclusão social, no âmbito da gestão de resíduos sólidos urbanos.
A 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi regida pelo lema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar”. O intuito foi sensibilizar a sociedade brasileira, ampliar a participação da juventude e democratizar os conceitos de soberania e segurança alimentar e nutricional com suas várias dimensões – social, econômica, política, ambiental e cultural. Como estratégia para o aprofundamento dos debates de forma participativa, a Comissão Organizadora definiu uma metodologia inovadora, que resultou na conceituação do que é comida de verdade por meio da construção coletiva de um Manifesto. Outros produtos relevantes foram as Moções, a Carta Política da Conferência e a Carta do Encontro Internacional, que, juntamente com as proposições, compõem este Relatório Final.,5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Alimentação Saudável, Caisan, Direito à Alimentação, Nutrição, Políticas Públicas, Segurança Alimentar e Nutricional, Tecnologias Sociais,,
No dia 17 de junho, às 19h00, acontecerá no espaço Vitrine do Centro Cultural Galeria Olido o lançamento do livro Escritos e Imaginários, publicação composta de produções culturais de jovens participantes do Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, sob a coordenação do Instituto Pólis ao longo dos anos 2014 e 2015. O evento contará com falas, apresentações de poemas e exibição de imagens. Os/as autores/as são jovens monitores/as culturais, e tem a coordenação editorial de Hamilton Faria e Valmir de Souza.
O livro Escritos e Imaginários traz visões multifacetadas de autores/as e artistas jovens, constituído de obras inaugurais de agentes culturais que expressam seus sentidos existenciais. Durante o curso de um ano, aparecem revelações artísticas em textos que remetem a vivências, experiências e reflexões. Com um repertório amplo, os textos e imagens são de variados tons e temas e abordam as condições existenciais e sociais do “ser jovem” numa grande metrópole, com um olhar crítico e criativo.
O livro é composto por duas partes: na primeira parte, jovens escritores/as que se apresentam com suas próprias palavras, em escritos inéditos. Na segunda parte, o livro traz imagens, desenhos e fotografias produzidas ao longo de um ano. Há também uma seção com obras de grafites feitas no terraço do Instituto Pólis. São criações ecléticas que não passaram por nenhum tipo de seleção. Esperamos que esta publicação contribua para a circulação de produções culturais juvenis da cidade São Paulo.
Sobre o Programa Jovem Monitor/a Cultural
Criado pela Lei Municipal 14.968/09 e o Decreto Municipal 51.121/09, o Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC) visa a formação teórica e prática de jovens entre 18 e 29 anos que atuam no atendimento, produção e difusão da cultura municipal em equipamentos culturais da cidade de São Paulo.
O programa é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo e é desenvolvido através de gestão compartilhada com o Instituto Pólis e Ação Educativa. O Pólis realiza a formação teórica de jovens monitores/as que atuam em casas de cultura, centros culturais, teatros distritais e gabinete da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo. A Ação Educativa realiza a formação teórica de jovens monitores/as que atuam nos centros culturais, nas bibliotecas municipais, no Museu da Cidade e no Arquivo Histórico.
O Programa tem a duração de um ano e conta com formações teóricas às segundas-feiras e formações práticas nos equipamentos culturais durante a semana, acompanhados por agentes de formação in loco.
A qualidade de vida da juventude reflete sobre a história de cada região. Em parceria com o Ibase, o Instituto Pólis realizou estudos e pesquisas acerca dos e das jovens e elaborou o Livro das Juventudes Sul-americanas: diálogos para a construção da democracia regional.
É possível estabelecer uma “identidade geracional” ou traços em comum nas ações de jovens sul-americanos? A publicação pretende responder essa e outras questões, visto que o segmento da juventude exerce um importante papel na contínua construção da democracia.
O livro faz parte de uma extensa pesquisa com a duração de 5 anos. Ao longo de dois anos foram realizados intercâmbios entre as pesquisadoras, discussões acadêmicas e pesquisas que resultaram no lançamento do livro em 2010. A publicação delineia trajetórias mais democráticas, solidárias e esperançosas principalmente para a população juvenil.
No âmbito do Programa Mercosul Social e Solidário, o Instituto Pólis elaborou a publicação Participação Popular nas Políticas Públicas. O Programa integra ONGs da Argentina, do Chile, do Paraguai, do Uruguai e do Brasil e tem como objetivo delinear a participação da sociedade civil na construção de políticas que garantam direitos sociais nestes países.
No livro, destaca-se uma breve história de algumas das principais políticas sociais nas áreas de Segurança Alimentar e Nutricional, Urbanismo, Democracia e Participação e diversas outras. Também apresenta os impactos de receitas e agendas de reformas neoliberais, a reação da sociedade civil diante destas agendas e formas de intervenção na construção da democracia.
Com foco na realidade brasileira, esta publicação dialoga com as diferenças entre os cinco países latinoamericanos e traça um panorama da trajetória e desafios da participação cidadã no período do Programa.
Organizada pela pesquisadora Maria do Carmo Albuquerque, a publicação, apesar de ter sido lançada em 2006, possui artigos que dialogam com a conjuntura brasileira atual.
Faça download gratuito da publicação que apresenta detalhes da experiência brasileira
Nesta quarta-feira, 29 de março, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou o livro Superação da Fome e da Pobreza Rural: Iniciativas Brasileiras. A publicação traz as principais experiências do Brasil adotadas para combater à fome e a miséria no país. Os resultados dessas iniciativas contribuíram para que o Brasil saísse do mapa da fome da ONU em 2014.
A publicação destaca o caráter de cooperação Sul-Sul, que tem promovido intercâmbio horizontal entre os países em desenvolvimento e se mostrado a principal forma de disseminação de boas práticas na área de segurança alimentar e nutricional. Iniciativas como o fomento da agricultura familiar, o cooperativismo, a economia solidária e a agroecologia são apontadas como responsáveis para a superação da pobreza rural.
Christiane Costa, coordenadora de Segurança Alimentar e Nutricional do Instituto Pólis, comenta que o Brasil tem obtido reconhecimento internacional erradicação da fome e diminuição da pobreza. A publicação é uma forma de apresentar ao mundo as estratégias escolhidas pelo país e os detalhes da experiência.
A cerimônia de lançamento aconteceu durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, a presidente do Consea, Maria Emília Pacheco, o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic e outras autoridades.
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O curso é oferecido há 24 anos pela Escola e busca trabalhar os princípios da Cidadania Ativa, aprofundar conhecimentos sobre Políticas Públicas e ajudar as alunas e os alunos a construírem uma ampla visão acerca da realidade política. A formação é dividida em dois módulos semestrais: no 1º semestre, “Bases para a Cidadania Ativa”, e, no 2º, “Políticas Públicas”.
A Escola de Governo busca subsidiar qualquer pessoa interessada em influenciar a política além do voto, principalmente porque muitos desses indivíduos sentem-se impossibilitados em participar de forma mais ativa da política.
A formação terá início após o carnaval, no entanto a data ainda não foi divulgada. As aulas expositivas serão às segundas e terças, das 19h30 às 21h30. O curso integra também atividades complementares realizadas nos finais de semana, como exibição de filmes, visitas de campo e debates sobre livros.
O curso é presencial e acontece na sede da Escola de Governo, na Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque – São Paulo. Para ganhar certificado, é necessário ter frequência mínima de 75%. A formação é paga e suas inscrições devem ser feitas através do site.
Shows, espetáculos de dança e teatro, oficinas e exposições: essas e outras tantas atividades fazem parte do cotidiano da Galeria Olido, tradicional equipamento cultural da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Para entender a estrutura, o funcionamento e os processos de produção da Galeria Olido, os/as jovens monitores/as culturais participaram da formação teórica do Programa Jovem Monitor Cultural – PJMC desenvolvida pelo Instituto Pólis. Vídeo disponível no Canal Pólis,Ação Cultural, Cultura Democrática, Democratização Cultural, Formação Cultural, Políticas Culturais, Políticas Públicas, Políticas Públicas Juventude, Produção Galeria Olido, Programa Jovem Monitor Cultural – PJMC, Vídeos,Equipe do Programa Jovem Monitor Cultural, Instituto Pólis,
Os/as integrantes do Programa Jovem Monitor Cultural desenvolvido pelo Instituto Pólis participaram de uma formação teórica sobre o Núcleo de Fomentos Culturais. Para introduzir a discussão, eles/as puderam vivenciar alguns jogos teatrais sob a orientação de Carlos Gomes, ator e coordenador do programa Fomento ao Teatro. Confira no Canal Pólis,Ação Cultural, Cultura Democrática, Democratização Cultural, Formação Cultural, Núcleo de Fomentos Culturais, Políticas Culturais, Políticas de Cultura, Políticas Públicas, Políticas Públicas Juventude, Programa Fomento ao Teatro, Programa Jovem Monitor Cultural – PJMC, Vídeos,Equipe do Programa Jovem Monitor Cultural, Instituto Pólis,