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Quais as implicações de chamar as situações de violência que existem no Brasil de guerra?

Quais as implicações de chamar as situações de violência que existem no Brasil de “guerra”? Guerra, guerra do tráfico, guerra do Rio, guerra das favelas, guerra de facções, guerra contra o crime, guerra no morro e todos os seus similares.

“Guerra” é um conflito armado entre as forças armadas de dois ou mais países. Logo, não há uma guerra no Brasil. Um jornalismo de qualidade deveria, portanto, zelar pelo uso correto deste termo tanto quanto o faz na editoria de esporte, já que ninguém chama uma falta cometida fora da área de pênalti.

A guerra é regida pelo Direito Internacional Humanitário. Quando estas normas entram em vigência, elas reduzem alguns direitos humanos. O principal deles é o direito à vida, que, embora permaneça vigente mesmo num Estado de Guerra, tem seu alcance reduzido, já que passa a categorizar as pessoas que teriam direito à vida: como os civis, os combatentes capturados, rendidos, feridos ou enfermos, o pessoal médico e humanitário, enfim, categorias existentes somente numa situação de conflito armado, definida como tal.

O uso das armas também muda muito entre estas duas situações. Se numa situação de violência, a polícia – ou mesmo as forças armadas, caso fossem empregadas – deve usar a arma de fogo como último recurso, numa guerra, essa pode ser a primeira opção. Se numa situação de violência interna, a força pública é obrigada a buscar alternativas ao uso letal da força, numa guerra, isso não é preciso, bastando o ataque ter um alvo definido e ser proporcional ao objetivo militar pretendido, só para citar dois indicadores.

Ora, alguém aqui acha que alguma parte de alguma cidade brasileira possa ser considerada como “território inimigo”? Alguém acha que esse “território inimigo” possa ser atacado pela força pública com munição suficiente para se alcançar uma vantagem militar? Alguém acha que nesta situação, poderemos fazer a cobertura jornalística assumindo danos militares colaterais à população civil e seus bens? Algum jornalista ou empresa de comunicação gostaria de ter sua liberdade de movimento e de expressão legalmente restringidos, como pode acontecer numa guerra?”

 

João Paulo Charleaux é coordenador de comunicação da Conectas Direitos Humanos, escreve sobre cultura e direito internacional humanitário para a Folha de S. Paulo, além de manter uma coluna mensal no site jurídico Última Instância, que é parte do maior portal de notícias do Brasil, o UOL. Entre 2001 e 2008, foi porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai e há 10 anos coordena os cursos de jornalismo em situações de conflito armado e outras situações de violência realizados em São Paulo pelo CICV, a Oboré e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em parceria com as principais escolas de jornalismo de São Paulo.

 

 

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Instituto Pólis promove debate sobre Comunicação, Cultura de Paz e Direito à Cidade

O Pontão do Instituto Pólis convida a todas e todos para o debate Comunicação, Cultura de Paz e Direito à Cidade, que acontece no dia 20 de março, às 19h30, no auditório do Pólis. O encontro tem apoio e parceria do Le Monde Diplomatique Brasil, da ABONG (Associação Brasileira de Organizações não Governamentais) e da Rede Mundial de Artistas.

O evento integra as Rodas de Conversa do Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Pólis que acontecem nesse ano, cujo objetivo é promover a cultura de paz e a convivência nas cidades.

A presença -e ausência- de temas relativos aos direitos humanos na mídia, o uso da linguagem na construção de significados e a importância da comunicação como um direito serão os temas tratados no encontro.

Propomos ainda questionar como a comunicação pode se tornar um instrumento de paz, capaz de contribuir para a resolução de conflitos de forma pacífica e de despertar a convivência democrática.

Na mesa de debate estarão presentes João Paulo Charleaux, da Conectas Direitos Humanos, o jornalista Igor Fuser, membro do conselho editorial do Brasil de Fato e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Sebastião Squirra, professor da Universidade Metodista que atua nas disciplinas Cibercomunicação, Sociedade Digital e Plataformas da Comunicação Digital. Amanda Proetti, coordenadora do projeto Comunicação e Direitos Humanos da Abong, participa da mesa com comentários e críticas.

A organização e mediação será feita por Hamilton Faria e Amanda Kamanchek, do Instituto Pólis.

ACESSE AQUI A PÁGINA DO EVENTO NO FACEBOOK.
Sobre os palestrantes:

João Paulo Charleaux – Coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos, Charleaux foi editor assistente da seção internacional do jornal O Estado de S. Paulo entre 2008 e 2011, além de ter trabalhado para o jornal Folha de S. Paulo em Santiago do Chile em 2011 e 2012. Como jornalista, ainda escreve sobre cultura e direito internacional humanitário para a Folha, além de manter uma coluna mensal no site jurídico Última Instância, que é parte do maior portal de notícias do Brasil, o UOL. Entre 2001 e 2008, foi porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Há 10 anos, Charleaux coordena os cursos de jornalismo em situações de conflito armado e outras situações de violência realizados em São Paulo pelo CICV, a Oboré e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em parceria com as principais escolas de jornalismo de São Paulo.

 

Sebastião Squirra – Mestre e Doutor pela ECA/USP, bolsista Fulbright (EUA) na Michigan State University. Desde 1999 é docente da Pós-graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo atuando nas disciplinas Cibercomunicação, Sociedade Digital, Plataformas da Comunicação Digital e Tecnologias Digitais da Comunicação. É autor de cinco obras e organizador de cinco livros em Comunicação Digital e Jornalismo, com foco na Cibercomunicação, Sociedade digital e em TV Digital. Na Universidade Metodista de São Paulo lidera o Grupo de Pesquisa  Comunicação e Tecnologias Digitais (www.comtec.pro.br), com pesquisas  relacionadas às Mídias e Tecnologias Digitais.

 

Igor Fuser – Professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) e colaborador do Conselho Editorial dos jornais Brasil de Fato e Le Monde Diplomatique Brasil. Autor dos livros “Energia e Relações Internacionais” (Saraiva, 2013), “Petróleo e Poder – O Envolvimento Militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico” (Ed.Unesp, 2008), “Geopolítica – O Mundo em Conflito” (Ed.Salesiana, 2006), “A Arte da Reportagem” (org. Ed.Scritta, 1996) e “México em Transe” (Ed.Scritta, 1995). Pesquisador nas áreas de Política Externa Brasileira, Geopolítica da Energia, Política na América Latina e Política Externa dos EUA. Experiência de mais de vinte anos como jornalista especializado em Assuntos Internacionais, exercendo o cargo de editor na Folha de S.Paulo, Veja e Época, entre outras publicações.

 

Comunicação, Cultura de Paz e Direito à Cidade
Quando: Dia 20 de março, às 19h30
Onde: Instituto Pólis – Rua Araújo, 124 – Auditório
Próximo à estação República do Metrô
Não é necessário fazer inscrição.
Entrada Gratuita

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No ano do 110º Fórum do Comitê da Cultura de Paz, encontro discute as redes e dinâmicas sociais

Para abrir o ano do 110º Fórum do Comitê da Cultura de Paz, o sociólogo Massimo Di Felice analisará hoje,dia 11 de março, às 19hs, o comportamento das atuais mobilizações urbanas. Com o nome de “Redes e dinâmicas sociais. Para onde vão? O que buscam?”, o encontro acontecerá no Museu de Arte de São Paulo (MASP), com entrada gratuita.

Segue o release, na íntegra:
“Assistimos diariamente movimentações inéditas acontecendo em nossa sociedade global. São mudanças vertiginosas que, a cada nova experiência, reconfiguram a maneira como nos percebemos enquanto agentes de ação no mundo. Talvez os ruídos gerados pelo descompasso entre sociedade e instituições sejam as contrações do parto de novos modelos de sociedade em gestação.

Essas novas dinâmicas sociais criam grandes desafios para pais, educadores, gestores públicos e empresários, pois estes precisam responder a um mundo desconhecido e em constante transformação. Contudo, ainda que inovadores, esses movimentos já apresentam características comuns, que apontam para valores e princípios marcantes neste início de século.

Os novos movimentos sociais não são marcados por sua natureza política, ou seja, não são movimentos com uma ideologia clara, nem com uma ética comum. São movimentos que acontecem em função de uma demanda específica, que conecta indivíduos e chama para a mobilização. Não seguem a lógica ocidental de disputa pelo poder, não concorrem por esse espaço, nem se propõem a gerar uma revolução e consequente construção de uma sociedade alternativa. Neles, o anonimato é um forte valor, bem como a não identificação com bandeiras. O anonimato não é apenas a ausência de um líder, mas também a falta de uma identidade única, o que dificulta rotulações. São movimentos livres, heterogêneos e mutáveis.

Um dos principais catalisadores desse processo são os novos meios de comunicaçãoque conectam as pessoas e fortalecem as interações. Por isso, para nos ajudar a compreender o que é essa nova forma de ativismo, convidamos o professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, o Dr. Massimo Di Felice, para abrir o ano do Comitê da Cultura de Paz.”

Fonte: Palas Athena

Redes e dinâmicas sociais. Para onde vão? O que buscam?

Onde: Auditório do Museu de Arte de São Paulo – MASP
Quando: 11 de março de 2014 – terça-feira – 19 horas
Entrada Franca

 

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Associação Casa da Cidade discute sobre o Conselho Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo

No dia 13 de fevereiro, a Associação Casa da Cidade realizou uma roda de conversa sobre o Conselho Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo. Altair Moreira, consultor da área de Cultura do Pólis, participou do debate.

Foi discutido que o propósito do conselho é de ser um instrumento de mediação entre a sociedade civil e o poder público, que tenha nas suas atividades baseadas na  transparência e que utilize de uma ampla divulgação pública.

As representações também foi um tópico importante na discussão. A participação, bem como a necessidade do conselho em se preocupar com a formação dos conselheiros e que todas as representações, conselho geral e regionais, sejam eleitos pelos votos das linguagens artísticas e culturais, como também da produção cultural, compuseram o debate.

Evento debate a relação entre a diversidade cultural e a paz

A palestra “Diversidade cultural, pluralismo cultural, interculturalidade, cultura de paz e convivência” foi realizada no dia 17 de fevereiro, pela Ação Educativa.

Valmir de Souza, consultor da área de Cultura do Pólis, foi o palestrante do evento. “A conversa foi iniciada com o público levantando as palavras associadas aos conceitos da palestra. Com debate sobre essas palavras-chave. Apresentei os conceitos com base no texto de Agustí Nicolau Coll, que em seu livro Propostas para uma Diversidade Cultural Intercultural na Era da Globalização, aponta que a diversidade cultural ‘não é tolerância com o outro, mas reconhecimento do outro, portador de saber e práticas com realidade plena que dão sentido à sua existência”.

A palestra se desenvolveu ainda com a abordagem sobre os conflitos a partir das relações interculturais, da importância deles e da resolução pacífica. “É um item importante. Apareceu a ideia de que o conflito pode não ser algo negativo, mas que pode levar a práticas criativas e mais dinâmicas. Mas, por fim, foi enfatizado que os diversos conflitos não precisam de um resolução violenta, mas de práticas que não se utilizam da violência, seja ela estrutural, física ou simbólica“, disse Valmir.

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CARNAVAL – Decreto proíbe uso de abadás e cordas que separem o público dos blocos de rua

Saiu ontem o decreto assinado pelo prefeito Fernando Haddad que proíbe o uso de abadás e cordas que separem o público que acompanha os blocos de rua, durante o carnaval de São Paulo. A medida informa que “tratando-se de ocupação temporária de bens públicos, nas manifestações do Carnaval de Rua não poderão ser utilizadas cordas, correntes, grades e outros meios de segregação do espaço que inibam a livre circulação do público, permitindo-se o uso de vestuário distintivo que apenas identifique o respectivo grupo, sem que se constitua em elemento condicionante à participação.”

Para uma melhor organização do carnaval de rua, a Prefeitura se reuniu durante o ano passado com representantes de grupos carnavalescos e associações de moradores dos bairros envolvidos e realizou um Seminário de Carnaval de Rua que ajudaram a compor a regulamentação que se tornou oficial no dia de hoje.

Foi decretada, também, a criação da Comissão Intersecretarial que tecerá um maior diálogo entre o Carnaval de Rua e a Prefeitura. Os blocos deverão percorrer o trajeto tradicional e acertado com o prefeito.

Inscrições

Para poder curtir na rua, os blocos deverão se inscrever no site do Carnaval de Rua de São Paulo (http://www.carnavalderuadesaopaulo.com.br) até sexta-feira (7).

Edital de Combate à Violência Institucional e à Discriminação tem inscrições abertas até 21 de fevereiro

Seguem abertas, até o dia 21 de fevereiro, as inscrições para o Edital Anual 2014 – Combate à violência institucional e à discriminação. O Fundo Brasil de Direitos Humanos irá disponibilizar a verba de até 800 mil reais para projetos que defendam  o tema do edital.

O foco é amplo e abre margem para coberturas diversas, desde superexploração do trabalho até intolerância religiosa.

Para inscrição e envio do projeto, acesse o site do Fundo Brasil.

 

Edital Anual 2014 – Combate à violência institucional e à discriminação
Realização: Fundo Brasil de Direitos Humanos
Inscrições:  até 21 de fevereiro de 2014 (somente por Correios)
Foco: Superexploração do trabalho, trabalho escravo e trabalho infantil; violência policial, de milícias ou esquadrões da morte; tortura e execuções; não acesso à terra e ao território; democratização do acesso à justiça; violação de direitos socioambientais; criminalização de organizações e movimentos sociais; violência contra defensores de direitos humanos; discriminação no acesso ao serviço público, de gênero, de raça, de etnia, de orientação sexual e/ou em razão de condição econômica; e o combate a intolerância religiosa.

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Saiba como foi a última Roda de Diálogo do PAD

Em novembro do ano passado foi realizada, em São Paulo, a Roda de Diálogo do PAD (Processo de Articulação e Diálogo). O encontro reuniu os integrantes da articulação com o objetivo de reunir subsídios para a elaboração do Plano de Ação para o próximo período de dois anos. Este ano, o encontro aconteceu no Centro de Formação da Sagrada Família, em São Paulo.

No primeiro dia de trabalho, o grupo compartilhou impressões sobre o Brasil pós-2013, levantando desafios para o país e a sociedade civil e, especificamente para o PAD, até 2016. No segundo dia de trabalho, os participantes elegeram os desafios centrais para o PAD até 2016 e pensaram as prioridades estratégicas e de ações para a articulação.

No segundo dia, os participantes elegeram os desafios centrais para o PAD até 2016 e pensaram as prioridades estratégicas e de ações para a articulação.

Confira abaixo os desafios elencados pelo grupo.

Veja aqui os vídeos apresentados na roda como subsídio aos debates, que mostram visões sobre o Brasil.

Desafios

Aprofundar articulações nacionais e internacionais a partir de temas emergentes da democracia no cenário brasileiro e na cooperação ecumênica; (Estado laico, direito à comunicação, Reforma Política, juventudes, novos sujeitos)

Evidenciar as contradições e violações do modelo de crescimento brasileiro e suas implicações na geopolítica internacional (BNDES, políticas sociais, relação sul/sul, investimentos); (Relatório de Monitoramento do Pidesc, violações de direitos, mega eventos)

Integrar radicalmente a justiça sócio ambiental à discussão sobre desenvolvimento em articulação com o campo e a cidade; Denúncia  e incidência (desigualdade, Dhesca).

O Pólis disponibiliza o documento referente ao registro dos destaques da Roda de Diálogo Internacional do PAD em duas versões, em português e inglês.

 

Fonte: Canal Ibase

cine belas artes

Cine Belas Artes será reaberto na cidade

O Cine Belas Artes, após três anos de luta, será reaberto neste ano, em maio, com o apoio da Caixa Econômica Federal. O acordo entre a prefeitura e o banco foi fechado neste mês e foi anunciado oficialmente no dia 28, como parte da comemoração do aniversário da cidade de São Paulo.

Desde que foi fechado em 2011, várias mobilizações a favor do cinema se desencadearam em São Paulo. O Movimento pelo Belas Artes (MBA) foi, talvez, o principal responsável para que a batalha não cessasse. Ajudou a abrir processos de tombamento, levou a questão a órgãos de preservação e à Assembleia Legislativa. No começo de 2013, conseguiu um diálogo maior com a Prefeitura de São Paulo, na conjuntura da gestão Fernando Haddad, que resultou no acordo.

“Um verdadeiro presente de aniversário, a reabertura do Belas Artes não deve ser entendida como o ponto de chegada dessa luta, mas uma referência para o avanço na criação de mecanismos de proteção para os espaços culturais da cidade. Ao longo desses três anos, amadureceu a tese de que São Paulo precisa se proteger da valorização imobiliária, preservando lugares significativos inscritos como patrimônio imaterial, espaços de acesso público relevantes como teatros, cinema, bares e restaurantes.

Sem esses lugares, a cidade perde sua memória, seus pontos de encontro e sociabilidade. Fica sem referências. Foi esse o nosso sentimento quando o cinema fechou, interrompendo uma inovadora forma de se relacionar com o público”, afirmou em declaração, Nabil Bonduki, vereador de São Paulo e integrante do MBA.

A Caixa manterá os custos da programação enquanto a arrecadação pagará o aluguel. Outras empresas também poderão, eventualmente, ajudar o cinema. A Prefeitura não irá arcar com nenhum custo e poderá utilizar o espaço para atividades culturais.

O Cine Belas Artes promoverá alguns benefícios para a população geral como o preço do ingresso, que será cerca de 20% menor ao valor praticado na Avenida Paulista, e o preço dos itens da bombonière que serão 10% menores em relação ao praticado na região. O cinema ainda ofereçerá o desconto de meia-entrada para todos os trabalhadores nas segundas-feiras e também disponiblizará uma sala de incentivo ao cinema brasileiro.

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Parabéns, professor Mayor

Quen o diría!, como pasa o  tempo!. Ou mellor dito, pasamos nós por el, case sen darnos conta. En moitas ocasións preguntáronme pola idade do profesor Mayor Zaragoza. Cando contestaba, a incredulidade do interlocutor víaselle nos ollos, moi difícil de ocultar. A el mesmo tentei sacarlle o secreto que, como catedrático de bioquímica, sospeitaba que gardaba celosamente. Non fun quen. Algún antioxidante natural, en doses pequenas, coa comida. Pouco máis. A verdade, sempre pensei que era a vainilla…

O lía con puntualidade nos números de El Correo da UNESCO, nas súas editoriais, sabía da súa biografía, da fundación, con Severo Ochoa, do Instituto de Bioloxía Molecular, da promoción do Plan Nacional de Prevención da Subnormalidade, e da súa carreira política, ministro, deputado, eurodeputado… e coñecino persoalmente no ano 2000. Viña de rematar, por vontade propia, o seu segundo mandato como Director Xeral da UNESCO. Volvía a Madrid. Deixara unha pegada extraordinaria na institución que el cualificaba, con frecuencia, como a intelectualidade da ONU. Pero, sobre todo, deixaba unha responsabilidade que o cambiou a el para sempre. A súa maneira de entender o mundo, de achegarse ás persoas, ós educadores e ás educadoras, ós grandes problemas da humanidade, xa non foi o mesmo, logo do seu paso pola Praza de Fontenoy en París. No 2000, precisamente, fundou a Fundación Cultura de Paz, e asinou un Convenio de Colaboración co Seminario Galego de Educación para a Paz. En 2004, decidiu que foramos a súa delegación en Galicia, xunto con Madrid e Barcelona. E a partir de aí, unha amizade crecente, gratitude e xenerosidade a mans cheas.

Probablemente o seu logro máis coñecido ten que ver coa Declaración Universal da Cultura da Paz, a que conseguiu aprobar, por sorpresa, na Asemblea Xeral en 1999. Un tema que viña de longo, desde Yamoussoukro, en Costa de Marfil, no corazón de África, dez anos antes, aquel congreso internacional sobre a paz na mente dos homes, que desenvolvía a extraordinaria Carta Constituínte da UNESCO, aquela que cita ó profeta Isaías cando di: “Das súas espadas farán reixas de arados e das súas lanzas, fouces. Non alzarán a espada uns contra outros, nin se prepararán para a guerra…

Conta o profesor Mayor que cando chegou a Oxford por primeira vez para traballar co Premio Nobel de Química, Hans Krebs, atopou que o lema daquel Condado era “Sapere aude”, atrévete a saber. Cando regresou descubrira que, tan importante como atreverse a saber era saber atreverse porque, efectivamente, saber sen atreverse a contalo, calar, a procesión dos caladiños, o silencio dos que podendo (e debendo) falar calan é, como dicía o Mahatma Gandhi, aínda máis atroz que as persoas malas.

Para Federico Mayor, a expresión suprema da cultura é o comportamento cotiá, e os dereitos humanos o noso referente ético universal, porque a guerra e a violencia, como afirmaba o Manifesto de Sevilla de 1986, logo asumido pola UNESCO, non son fatalidades biolóxicas. Para o profesor Mayor, a aprendizaxe da democracia é a pedagoxía da paz.

Calquera estado democrático, respectuoso coas persoas que como Federico Mayor Zaragoza acadaron o máximo nivel electivo no ámbito internacional, debera ser un ben a protexer, a ter en consideración, a escoitar, a coidar, a promover. Nada máis lonxe da realidade. O actual goberno, como o de Aznar no pasado, o consideraron como un inimigo, alguén a quen ocultar, un estorbo. Obsesión banal tendo en conta a súa grandeza humana, profesional e política.

A UNESCO, polo contrario, faralle unha homenaxe, polo seu 80 aniversario, o vindeiro día 3 de Febreiro en París, nun Simposio Internacional sobre Cultura de Paz, coa participación da actual Directora Xeral, Irina Bokova, de Amadou Mahtar M’Bow, o predecesor de Mayor Zaragoza no cargo, de Lula da Silva, Mary Robinson, Kofi Annan… entre outros dos máis grandes.

Hoxe trasladareille os nosos parabéns e o desexo de que cumpra moitos máis, coa mesma lucidez e grandeza. Parabéns a voçé, profesor Mayor, e moitas grazas por permitirnos gozar da súa sabiduría e amizade.

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